terça-feira, 7 de maio de 2013

O Despertar da Consciência de Eckart Toller nos desafia a pensar o pensamento.


O Despertar da Consciencia de mestre Eckart Toller nos desafia a pensar o pensamento.

Podemos perguntar: Como?

Ele dirá que é estando em presença plena. E como seria essa Presença Plena?

Como é estar em presença plena em cada instante, em cada respirar?

Esse poderia ser um excelente exercício para os humanos que se julgam racionais, posto que ao pensar você exercita uma ação que acha que é sua, quando na verdade é muito mais que isso, pode ser um conglomerado de histórias sobre si, memórias, elementos sempre limitadores a respeito daquilo que se é, do que se pensa, e consequentemente daquilo que se faz.

Desde que o mundo se tornou habitável aos humanos e durante os séculos de dominação foram criados formas de dominação em que os fortes de alguma forma reprimem os fracos. E essa força normalmente vem do coletivo ou da segurança que alguém tem de se bastar.

De não precisar ouvir do outro algo para se manifestar enquanto formas de agir, de se vestir, de se pensar na concretude do dia a dia.

Pois a questão da sobrevivência, da propriedade privada, foram questões subjacentes ao final da escravidão, até para que as coisas pudessem minimamente estar como foram, sob certa dominação, depois foi a tentativa de uma raça pura, que continua em voga, de forma bastante envolvente e nublada.

Estamos num tempo em que através da globalização da comunicação podemos perceber outro humano em qualquer outra distancia e saber dele, desde que algo que ele diga ou faça possa nos interessar. E esse interesse está voltado a forma como me estabeleço no mundo e na vida.

Até por isso, Gadamer, nos diz que a vida é um jogo, em que as peças não passam de seres humanos a jogar num tabuleiro que chamamos “vida”, em que nós nada mais somos que ajustes de poder e dominação em todos os instantes e esquadros.

Michel Foucault sinalizou isso muito bem, tanto na Microfísica dos poderes, como na construção da Biopolítica, como na história da loucura em que os mecanismos de dominação levavam a geração de formas adequadas para se viver. Adequadas para quem? à normatização.

Cada vez mais, temos mais seres viventes, humanos, pensantes, conscientes e responsáveis do seu papel de informar, provocar, colocar, de descobrir suas verdadeiras habilidades e funções, de não mais participar de manipulações insanas e impostas, seja pela cultura, pela tradição, pelo modelo feudal ou autoritário, seja até mesmo pelas formas de conhecer e entender o humano.

Não somos máquina, pelo menos, não ainda, e desconfio que mesmo quando nos tornemos, ou quando já nessa era, suportarmos nos tornar, ainda assim, baterá no peito uma dor pulsante, um desajuste corporal, que nos fadará ao lento processo de desvencilhar-se da vida, mesmo que seja ainda vivo. Até por isso, o despertar se faz uma boa saída.

O Despertar da Consciência por Eckart Toller


Ao ler o livro do mestre Eckart Toller “O poder do despertar” recebi a seguinte orientação de um amigo querido: Esse livro irá mudar sua vida.

Achei arriscadíssima a leitura a partir daí, porém como o amigo é de confiança acima de qualquer outra indagação, propus-me a tarefa de lê-lo. De fato é daqueles livros que se leem em “uma sentada”, no meu caso foram duas, a noite e no domingo inteiro. Você não consegue parar até porque quer saber o que ele irá colocar lá na frente.

É suspeitíssimo quando ouvimos a orientação de que algo pode mudar sua vida, porém, é muito importante crer, até pela nossa sanidade, de que o milagre da vida acontece no instante e no mesmo em que se encontra afogada em suas dores e angustias, pode perceber que é possível através da proposta do mestre Eckart sair dessas sensações.

Já havia lido “O poder do agora” desse mesmo autor, e já havia me impressionado com suas colocações que na verdade não são nenhuma novidade, aliás, desde milênios o homem que aqui está não produz muita novidade, por isso até, vemos sempre os mesmos problemas entre humanos.

Tecnologia, produção de bens de consumo, não são novidade, são conquistas necessárias as obras que os homens se predispõem a fazer nesse século, que parecem estar bastante ligadas mais ao distanciamento do homem de si mesmo do que ao seu aprofundamento, questão aliás, sinalizada há mais de três mil anos.

Eckart nos coloca pressupostos hinduístas, zen budistas, dentro de uma realidade contemporânea, em que podemos perceber como o humano se tornou sujeito desse fazer.

As questões coletivas que geram mal estar através dos séculos que nos atingem diretamente, a gama de novas patologias que são oriundas de sensações ainda não classificadas, não dirigidas, atualmente uma evidência da crise desse humano que pensa que se sustenta pelo pensar.

Eckart nos oferece um outro rumo com o “Despertar da Consciência”, rumo desafiante diante de questões práticas que nos asfixiam, mas, que, se cuidadosamente elaborados, se tornam uma grande diversão e um grande desafio constante: Estar pleno em presença no instante.

Um instante tem uma duração longa demais para se fazer entender, é preciso senti-lo, percebê-lo e o mais interessante disso é escolher o que irá fazer com ele. Não ser manipulado pelo pensamento, mas sim, observá-lo e conduzi-lo se assim o for, mas simplesmente estar atento ao que ocorre dentro de si. Esse é o desafio desse caminho, talvez da nossa era.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Conclusões Periódicas - Caso ex- Padre Beto


Criticamos nossos vizinhos, por imporem sua fé com uso de burcas e violência, mas violentamos e impedimos qualquer renovação moral.
Assistindo aos programas sobre as novas tendencias musicais, entre elas a Gospel, podemos perceber a razão da religião católica estar tão distante da realidade de possibilidades dialogais com seu credo, suas normas e preceitos.
Diante de reflexões como a do psicanalista de 70 anos, respeitadíssimo, na  Folha Equilíbrio dessa semana, Flavio Gikovate nos fala sobre o sexo 2.0  em que nos propõe que encerremos a utilização de termos, como hetero, homo, para se referir ao comportamento sexual, posto que são apenas palavras constituídas de conceitos, que secularmente precisam ser revisitados, posto que o que sabemos sobre o homem é de que é mortal e finito, inclusive em suas palavras as quais representam nada mais, que juízos.

Estamos em maio de 2013, século XXI, atualmente querem trazer asteróides para a órbita da Terra para estudá-los, também possuímos excelentes níveis de compreensão dos quase 5% do consciente da mente humana.
Pensamos que evoluímos  até porque cada vez mais a morte é menos anunciada. Projetamos vida longa através de futuros promissores materialmente, nossa essência em breve se tornará medicamentosa, tecnologizada, bem como nosso tempero.
Nossos relacionamentos se esgotam nos sentidos amparados pela mídia e apresentados dentro de nossa própria história, sem continuidades e aprofundamentos. Vivemos a novela na novela.
Somos viventes de um período fantástico da história, em que qualquer humano com o mínimo de conhecimento pode vir a se comunicar com outros mortais em qualquer parte do cosmos.
Temos um discurso de virada de século, de inovação, de compreensão. Nossos filhos se tornaram nossos heróis, nosso eu passou a superar e demonstrou que pode se refazer, reinventar.
Lutamos para ter liberdade, autonomia, mas, reproduzimos mesmo sem concordar. Nossa educação quer que sejamos sujeitos responsáveis, porém, somos refreados por exemplos em que qualquer contradição pode levar a prisões, excomungação ou a danação eterna.
Vivemos uma era de contradições. Pregamos o respeito, a educação, mas ditamos modos e formas de agir. Impomos sem análises, sem debates, sem questionamentos. O caso do Padre Beto, de Bauru, deveria ser caso de Plebiscito entre católicos, até para sabermos o que e como quem não está no poder pensa, de repente, podemos ser surpreendidos com a criticidade dos novos cristãos.