O Despertar da Consciencia de
mestre Eckart Toller nos desafia a pensar o pensamento.
Podemos perguntar: Como?
Ele dirá que é estando em
presença plena. E como seria essa Presença Plena?
Como é estar em presença plena em
cada instante, em cada respirar?
Esse poderia ser um excelente
exercício para os humanos que se julgam racionais, posto que ao pensar você
exercita uma ação que acha que é sua, quando na verdade é muito mais que isso,
pode ser um conglomerado de histórias sobre si, memórias, elementos sempre
limitadores a respeito daquilo que se é, do que se pensa, e consequentemente
daquilo que se faz.
Desde que o mundo se tornou habitável
aos humanos e durante os séculos de dominação foram criados formas de dominação
em que os fortes de alguma forma reprimem os fracos. E essa força normalmente
vem do coletivo ou da segurança que alguém tem de se bastar.
De não precisar ouvir do outro
algo para se manifestar enquanto formas de agir, de se vestir, de se pensar na
concretude do dia a dia.
Pois a questão da sobrevivência,
da propriedade privada, foram questões subjacentes ao final da escravidão, até
para que as coisas pudessem minimamente estar como foram, sob certa dominação,
depois foi a tentativa de uma raça pura, que continua em voga, de forma
bastante envolvente e nublada.
Estamos num tempo em que através
da globalização da comunicação podemos perceber outro humano em qualquer outra
distancia e saber dele, desde que algo que ele diga ou faça possa nos
interessar. E esse interesse está voltado a forma como me estabeleço no mundo e
na vida.
Até por isso, Gadamer, nos diz
que a vida é um jogo, em que as peças não passam de seres humanos a jogar num
tabuleiro que chamamos “vida”, em que nós nada mais somos que ajustes de poder e
dominação em todos os instantes e esquadros.
Michel Foucault sinalizou isso
muito bem, tanto na Microfísica dos poderes, como na construção da Biopolítica,
como na história da loucura em que os mecanismos de dominação levavam a geração
de formas adequadas para se viver. Adequadas para quem? à normatização.
Cada vez mais, temos mais seres
viventes, humanos, pensantes, conscientes e responsáveis do seu papel de
informar, provocar, colocar, de descobrir suas verdadeiras habilidades e
funções, de não mais participar de manipulações insanas e impostas, seja pela
cultura, pela tradição, pelo modelo feudal ou autoritário, seja até mesmo pelas
formas de conhecer e entender o humano.
Não somos máquina, pelo menos,
não ainda, e desconfio que mesmo quando nos tornemos, ou quando já nessa era,
suportarmos nos tornar, ainda assim, baterá no peito uma dor pulsante, um
desajuste corporal, que nos fadará ao lento processo de desvencilhar-se da
vida, mesmo que seja ainda vivo. Até por isso, o despertar se faz uma boa
saída.