terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O Rascunho

"O Rascunho"
Faz parte de nossos paradigmas que não devemos encaminhar rascunhos como produto final. Desde menina, ao elaborar o rascunho a essência se transformava em outro movimento, outro papel, outra tinta, outra força, normalmente qdo passamos a limpo, nos cansamos e fadigados, nos rendemos.
Por isso, como sempre prefiri um prazer a outro maior, sempre entregava o rascunho mesmo. (Na USP não, mas lá tinha tempo). Fato é, que após a elaboração da redação do Enem desse ano, lamentei não passar a limpo.
Comentava inclusive com Anderson Araujo, em outra prova que fizemos, esse lamento. Disse que depois que li o que escrevi, percebi que me desvirtuei pelo caminho daquilo que eu mesma tinha elaborado antes do devir, e para minha surpresa me vi dizendo o que não deveria...
Mas, não é que para minha surpresa, tal redação obteve quase nota máxima, 900...
Fico imaginando que isso não é bom, pois senti-me tão honrada, que dei vivas aos rascunhos!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A linguagem e a Construção poética

Pensar o cotidiano e suas relações, para que afinal?

TRABALHO DESENVOLVIDO ESPECIALMENTE PARA ANDRÉ BIANC E CONVIDADOS
Bate Papo: A construção da linguagem poética
Data: Sábado, 26 de outubro de 2011 – 19:00 h as 23:30
DCE - Diretório Central dos Estudantes da UNITAU - Rua Quatro de Março, 497 - Centro - Taubaté -

O tema proposto em si já gera reflexão, pois pensar não é verdadeiramente o que precisamos fazer, somente agir. Esse pensar é um peso ao qual não estamos direcionados, já que nossas ações se pautam na maioria das vezes em repetições automáticas, geradas através de impulsos sensoriais.
Seja através do que é visto nas telas, ou lido em revistas ou jornais, mesmo em internet, todo o conteúdo possível ao ser atingido, mesmo assim, nos perdemos dentro de míseros problemas existenciais que tangem normalmente nós mesmos. Após certa idade, nem o melhor programa nos tira de nossa dor, de nossas mazelas, de nossas mais profundas fraquezas.
Seja através de um relacionamento perdido, seja através do não correspondido, seja na rabeira das produções e dos consumos, seja como for, sofremos angustias, seja aquelas referidas a insegurança do que somos, já que normalmente é o outro quem define quem sou. Ou ainda nas alguras que nós mesmo nos tecemos, entrelaçando memórias que nos surrupiam os sentidos.
Normalmente somos encarcerados por nós mesmos e automotizados no restante do processo. Usualmente a vida nos envolve em situações de risco ou mormente nós mesmo que buscamos nos envolver.
Há nisso tudo porém, imensa vantagem: pensamos, mesmo sendo submetidos a tratamentos que nos emburrecem, o ser humano arrebenta seus grilhões e resiste. E a resistência fulgura no olhar. Quanto mais se enxerga, mais se vê. Se olha, se sente, se cheira, se saboreia.
O sabor vai apurando com a idade, bem como a linguagem, e nisso muito bem acerta sensitivamente nosso querido Malosti.
O enredo vai depender dos sabores. De como se aprecia a vida, essa existência, essa consciência. Que caso seja cósmica, já não é mais essa...
E é nisso que mais importa. O poeta vai se fazendo na própria vivencia, vai se descobrindo poeta, ninguém nasce poeta, vai se fazendo a própria escolha e revelia.
Pois ao poetizar, vive, respira, anseia. Muitas vezes, pelo olhar do outro, pela aprovação consentida, pela cumplicidade desprovida de julgamento, pelo apoio no emaranhado dos fatos, das letras e das medidas, num escândalo de si mesmo, enfeitado como poesia.
A poesia métrica, trabalhada, pensada e rimada. Muitas vezes fugidia aos pensamentos, condensada, apertada, polemizada, ensimesmada, pobre poesia. Aristóteles já dizia que a gramática era a prisão da alma, por que será?
Já outrora a livre poesia, sem cursos, nem regras, feita a própria mão, pelo pensar que já pensou só de ser pensado, pela significância de cada letra ao conjunto das normas e regras da língua culta.
Viver o nosso tempo é pensar o tempo que não existe e se figura na convenção das medidas que nos tomam desmedidas.
E nos aprisionam no instinto de nos dissolver de nós mesmos. Até que nós deixemos de sermos nós e passamos a não ser, não olhar, até que dessa forma, vemos algo.
O respeito, segundo Kant, é tarefa árdua, sofrida conosco mesmo. Já o amor próprio prejudica e envaidece...
Quero trazer a razão para a conversa e descobrir o sabor da razão.
Como gerar poesia da pura razão? Será que utilizamos o sabor das experiências para relatar o que pensamos? Como e porque pensamos o que pensamos e não pensamos outra coisa?
Coloquemo-nos a pensar e sejamos sinceros conosco.
O que mais motiva o pensar, não seria sempre uma renovação de sentidos?
Ou até mesmo o enfadonho desprezo pelo vivido e o anseio pela nova experiência, até descobrir que nada mudou...
O não dito do que foi dito. Baseado em que constatamos nosso hiato.
De que modo construímos as lacunas do que ouvimos?
Como ouvimos e como ouvimos.
De que forma conduzimos o nosso pensar no momento em que ouvimos algo que nos aborrece?
Percebamos que quando ficamos irados, a razão nos é desprovida e alimentamos a fera que não dominamos.
E apaziguado dessa fera, escrevemos sobre as impressões dela.
Mas, oras, porque permitimos que o que não nos enobrece nos perpetue? Nos incomode?
Porque não somos poetas para nós mesmos? Porque não renovamos o olhar diante da adversidade? Porque não conseguimos absolutamente o controle do nosso pensar?
Porque fugimos de nós mesmos sempre com medo da morte, inseguros sobre o dia de amanha, posto que a razão nos indica que tudo perecerá.
Como viver a realidade que construímos, se somos responsáveis pelos tijolos e artífices de uma comunidade que não se relaciona, não se comove, não sente...
Como articular a existência e fazer-se presença na certeza da impotência?
Como existir diante do abismo que é o próximo passo?
As relações que travamos desde o nascimento, se tornam norte e bússola para nossas convenções, as quais seriam interessantes uma revisão.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

FABRICIO CARPINEJAR - INDESCRITÍVEL PERCEPÇÃO

QUE HOMEM!!!!

O que leva o homem à impotência é o cuidado.

O que leva a mulher à frigidez é o cuidado.

O excesso de cuidado. Cuidado demais ataca.

Nunca vi uma mulher ou um homem gostar sem criticar.

O embaraço do sexo não decorre da ausência de intimidade, mas da intimidade. E da cobrança que vem com ela. Mais fácil gozar com estranhos.

Depois de partilhar meses e cadernos de jornal com nosso par, abandonamos o elogio. Passamos a cobrar e expor os defeitos para que sejam corrigidos. É o cigarro, é a alimentação, é a distração, é o pouco caso com o dinheiro, é a indeterminação do trabalho, é a preguiça. A convivência traz a preocupação com o namorado ou a namorada e uma esquisita vontade de interferir. Entre conhecer e mandar, é um passo. Ou um tropeço. As mais duras agressões não provocam hematomas, ocorrem em nome da sinceridade.

O amor é confundido com pancadaria. Um teste de resistência. Uma prova de esgotamento nervoso. Se o outro não quer, que vá embora, que desista do prêmio maior que é a confiança.

Há uma visão sádica que não ajuda nem o masoquista. Falta medida. Falta parar e recomeçar o namoro. Falta esquecer e perceber que o próprio passado não é imutável, não existe certo ou errado, que nem tudo por isso é duvidoso.

A eficácia mata o erotismo. O aproveitamento total do tempo do relacionamento não colabora com a vaidade. Custa um agrado antes de transar? Uma meia-luz de palavras?

Não estou pedindo para mentir, muito menos fingir, mas falar um pouco bem para acordar os ouvidos e despertar o interesse.

No início, os joelhos são venerados, os ombros recebem moldura de madeira, os cabelos são alisados com a decência de um espelho. As expressões afetuosas vão e voltam, repetidas com diferentes timbres. Todo homem no começo é, ao mesmo tempo, um tenor, um barítono e um baixo. Toda mulher no começo é, ao mesmo tempo, uma soprano, uma mezzo e uma contralto. Dependendo da região que toca, a voz muda.

Com a relação firmada, a excitação torna-se automática. O corpo tem que pegar no tranco.

A devassidão é trocada pela devassa terapêutica. Desculpa e por favor saem de moda. Como existe o trabalho, a casa, o dia seguinte e terminou a paixão (e somente os apaixonados são sobrenaturais e não sentem cansaço), o sexo pode ser mais prático, mais direto, pode até não ser. Na cama, estaremos falando dos problemas, das contas, do que deve ser mudado na personalidade. Não encontraremos paciência diante do relógio. Não vamos procurar cheirar a pele para atrair o beijo.

Eu compreendo perfeitamente quando um homem broxa se a cada instante é lembrado de sua barriga. Eu compreendo perfeitamente quando uma mulher decide dormir quando sua lingerie nova não foi reparada.

Nunca acusamos quem a gente não conhece.

Julgamos infelizmente quem vive nos absolvendo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Conferencias e Confidencias

Exame de Consciência.

Ao viver, estamos sempre em guerra. Lutando conosco mesmo, civilizando nosso ser através da razão, mesmo que para tanto apanhemos um bocado, mas o importante é levantar-se sempre.
Para tanto precisamos nos ater a nós mesmos e não buscar ocupar a mente, como usualmente se propõe, mas sim, produzir idéias que sejam empreendedoras e que irão beneficiar outras pessoas. Doar-se para receber.
Dedicar –se a amar o coletivo e não mais o individual. Esse é o desafio, posto que é fácil se adequar a uma opinião, um olhar, mas a diversidade, solicita um respeito, uma tolerância e paciência que não reside na alma animal.
Pois precisamos na vida, na luta pela sobrevivência, da relação com o outro e não da sua desaprovação.
Aqueles que nos amam, normalmente se sentem responsáveis por nós, mas não sabem ainda respeitar o ser que nós nos tornamos.
Se não são os elos de tradição que nos unem ao sangue, podemos perceber que somos todos humanos.
É bom estarmos atentos ao que nos acontece e saber viver acho que isso realmente importa.
Vigiar o pensar, para que nós mesmos, não nos percamos em nossas crenças e julgamentos, que são normalmente condicionados pela punição e culpa, logo, como pensamos e sabemos disso tudo não precisamos nos punir, não é verdade?
Podemos ser primeiramente tolerantes e pacientes conosco mesmo, assim como somos com os demais e dessa forma perceber que é importante viver e ponto.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

ENCONTRO DE MULHERES TAUBATEANAS


Considerar e analisar temas como a maternidade, a violencia, as drogas e os conflitos é parte significante do nosso trabalho.
Apontar saídas e apropriar-se da esperança de novos rumos se faz nossa proposta de vida.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

IV CONGRESSO DE FILOSOFIA

IMPERDÍVEL!!!!

SE ORGANIZEM PARA PRESTIGIAR
Site: www.delphosfilosofia.com

DE 12 A 15 DE NOVEMBRO
ITAPORÃ - SP
CAVERNA DO DIABO

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Regras para ser humano - Chérie Carter-Scott

Quando você nasceu, não veio com manual do proprietário. Essas dicas
fazem a vida funcionar melhor:

1. Você vai receber um corpo.
Pode amá-lo ou detestá-lo, mas é a única coisa que você com certeza
possuirá até o fim da sua vida.

2. Você vai aprender lições.
Ao nascermos, somos imediatamente inscritos numa escola informal
chamada "Vida no Planeta Terra". Todas as pessoas e acontecimentos são
"professores universais".

3. Não existem erros, apenas lições.
Crescimento é um processo de experimentação, no qual as "falhas" são tão
parte do processo quanto os "sucessos".

4. Uma lição é repetida até que seja aprendida.
Será apresentada a você em várias formas, até que você enfim entenda.
Poderá, então, passar para a próxima lição.

5. Se não aprender as lições fáceis, elas se tornam difíceis.
Problemas externos são o preciso reflexo do seu estado interior. Quando
você limpa obstruções, seu mundo exterior muda. A dor é o jeito do
universo chamar a sua atenção.

6. Você saberá quando aprendeu uma lição quando suas ações mudarem.
Sabedoria é prática. Um pouco de alguma coisa é melhor do que muito de
nada.

7. "Lá" não é melhor do que "aqui".
Quando "lá" se torna "aqui", você vai simplesmente arranjar outro "lá",
que de novo parecerá melhor que "aqui".

8. Os outros são meros espelhos de você.
Você não pode amar ou odiar alguma coisa sobre o outro a menos que
reflita algo que você ama ou odeia em você mesmo.

9. Sua vida, só você decide.
A vida dá a tela, você faz a pintura. Escolha as cores e pegue os
pincéis. Tome para você o comando de sua vida ou alguém o fará.

10. Você sempre consegue o que quer.
Seu subconsciente determina quais energias, experiências e pessoas você
atrai. Assim, o único jeito certeiro de saber o que você quer é ver o
que você tem. Não existem vítimas, apenas estudantes.

11. Não existe certo ou errado, mas existem conseqüências.
Dar lição de moral não ajuda. Julgar também não. Apenas faça o melhor
que puder.

12. Suas respostas estão dentro de você.
Crianças precisam de direção dos outros. Quando amadurecemos, confiamos
em nossos corações, onde as leis universais estão escritas. Você sabe
mais do que ouviu ou aprendeu. Tudo que você precisa é olhar, prestar
atenção, e confiar.

13. Você vai esquecer tudo isso.

14. Mas pode lembrar sempre que quiser.

do livro "If Life is a Game, These are the Rules" de Cherie Carter-Scott

HTTP://www.panoramaespirita.com.br/novo/home.html

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Filosofia e "OSPB" ...


OSPB - Organização Social Política Brasileira, essa era a sigla ensinada nas escolas no tempo da ditadura, em que nos mostrava como a "sociedade" deveria se comportar, os valores que deveríamos guardar...
quem tem mais de 30 anos se lembrará que além dela, decorávamos questionários e aprendíamos que os europeus eram bons e os índios maus, entre outras bárbaries corrigidas pelo tempo, incluindo a de que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil em 1500...
E então, nós que éramos crianças, crescemos e achamos que podíamos mudar o mundo, a Filosofia a grande salvadora da pátria que fora arrancada das escolas em tempo de ditadura estava retornando, e nós jovens filósofos achávamos que estávamos salvos...
Ledo engano...Tínhamos decretado nossa condenação...
Assim como parece que tem que ser em uma boa ditadura, reproduzimos, pior...
Nós, os filósofos, pensadores dos novos tempos àqueles cuja função por profissão seria o de evidenciar os fatos, escancarar e incomodar como as moscas de Sócrates, nos calamos, posto que abandonamos nossos ideais, nossos sonhos, nossas ilusões de que algo poderia ser feito, em troca de segurança, aprovação, certezas...
E junto com o grande irmão de George Orwell em 1984, docilizamos e somos docilizados sistemáticamente, vergonhosamente, discaradamente.
Somos postos em currais para sermos doutrinados...e nos calamos...
A Filosofia hoje se torna a OSPB de 30 anos atrás, com um grande diferencial...
Somos Nós que aceitamos e domesticamos nossos alunos a se tecnocratizar, a se docilizar, a ter boas notas e passar no vestibular...
Pois, hoje mais do que nunca é preciso TER para SER!!!
Afinal, sofrer para que???

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Curso de Extensão: Direito e Poder - uma leitura social


Como as amarras que nos acorrentam foram instituídas?
Como os grilhões se tornaram fixos em nossos tornozelos?
Quais caminhos para liberdade?
é Possível? a liberdade?

terça-feira, 19 de julho de 2011

Comédia "Funeral Amoroso"



Escrita por João Angelo Guimarães, tendo como diretor Pedro Bandeira, baluartes do teatro taubateano, há cerca de uns 40 anos atras inauguravam a comédia do cotidiano em Taubaté, em que demonstravam tão sabiamente o que se passa por tras da cortina que esconde a hipocrisia na sociedade.
Quando conheci João Angelo e Pedro Bandeira, por volta da década de 90, juntamente com Alessandro e Anibal, Sandra e Olavo, entre tantos outros, estrelávamos a Comédia "Funeral Amoroso", com elenco tão especial quanto os que compõem a peça nos dias de hoje.
O grupo "Orelha do Mundo" tem uma peculiaridade, que cabe revelar, como toda boa relação, tornaram-se familiares, Pedro e Sandra casaram-se e produziram a Almerinda junto com seu lindo irmão, ou seja, caso raro em que definitivamente a arte incorpora a vida.
Anibal e Alessandro, tornaram-se compadres, comparsas e íntimos, além de Olavo que brilha como nunca no cenário atual.
Porém, 20 anos mais tarde, posso afirmar que como um bom vinho, a peça ficou ainda melhor, Pedro Bandeira e Sandra, hoje tão íntimos, Alessandro, Anibal e Olavo, juntamente com Cidinha e a excelente carpideira, demonstram-nos a razão que nos leva a nos emocionar no palco da vida em que podemos representar tão bem a exatidão das manifestações humanas.
Na apresentação do dia 19 de julho de 2012, guardando a originalidade da composição de Marcos Boca, na voz de Alexandre do Carmo, num legítimo Blues, que tive a honra de ouvir compor.
Assistir esse espetáculo enaltece meu existir, por saber que partilhei de tão bons momentos, ora participando, ora assistindo, a história que foi sendo criado no enredo do cotidiano, em que temos iluminando o cenário, o filho de Alessandro Bertoli, Vinícius, o que nos mostra, que o teatro é luz que irradia por todas as direções, contaminando todas as gerações.
Obrigada amigos, pela oportunidade de vê-los brilhar tanto.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

" A INSENSATEZ"

Insensatez
Vinicius de Moraes
Composição: Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim

Ah, insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor o seu amor
Um amor tão delicado

Ah, por que você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração, quem nunca amou
Não merece ser amado

Vai, meu coração, ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade

Vai, meu coração, pede perdão
Perdão apaixonado
Vai, porque quem não pede perdão
Não é nunca perdoado

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Explicações sobre a vítima...nós mesmos

Por que será que as vezes nossa natureza fica selvagem?
Ou será que não seria esse, nosso estado natural?
O do selvagem. Como já diria Rousseau.
Será que os costumes e hábitos que nos vem através das cobranças sociais, familiares, não fazem com que nos transformemos em não selvagens, seres dóceis? ou bem humorados?
Qual a relação entre mal humor e selvageria?
Será que o conceito de ordem e progresso de Augusto Comte, base a qual vive o capitalismo não teria sido fundamentado num conceito de normalidade duvidoso?
Posto que o normal foi sendo "determinado" e através dessas determinações é que somos escravizados, pois não podemos ser nós mesmos, nesse sentido a vitimização do texto anterior.
Somos somente reflexo de algo social e tudo isso se manifesta através da doença, da vida
" um ser vivo é normal num determinado meio na medida que ele é solução morfológica e funcional encontrada pela vida para responder as exigencias do meio" (Canguilhem, 1943)
e a irritação é o seu oposto, ou expoente...ou seja, ou estamos excitados ou irritados...

"O normal e o patológico" fragmentos

Os trechos são indicações de fragmentos da obra "O normal e o Patológico" de Georges Canguilhem, da 9ªed da editora florense de 1966 e as paginas estão referidas ao final do texto.
O texto se encontra disponível:
http://pt.scribd.com/doc/52289555/O-Normal-e-o-Patologico

"É no presente que os problemas solicitam uma reflexão. Se a reflexão leva a uma regressão, a regressão é necessariamente relativa à reflexão. Assim, a origem histórica importa menos, na verdade, que a origem reflexiva." 1966,P22

Será que, afirmando seriamente que a saúde perfeita não existe e que por conseguinte a doença não poderia ser definida, os médicos perceberam que estavam ressuscitando pura e simplesmente o problema da existência da perfeiçãoe o argumento ontológico? p.28

O problema da existência efetiva de uma saúde perfeita é análogo.Como se a saúde perfeita fosse apenas um conceito normativo, um tipo ideal? Raciocinando com todo o rigor, uma norma não existe, apenas desempenha seu papel que é de desvalorizar a existência para permitir a correção dessa mesma existência. Dizer que a saúde perfeita não existe é apenas dizer que o conceito de saúde não é o de uma existência, mas sim o de uma norma cuja função e cujo valor é relacionar essa norma com a existência a fim de provocar a modificaçãodesta. Isso não significa que saúde seja um conceito vazio. P.29

Antes de tudo, porém, no que se refere ao caso concreto da úlcera, deve-se dizer que o essencial da doença não consiste na hipercloridria, mas sim no fato de que, nesse caso, o estômago digere-se a simesmo, estado que, devemos admitir, difere profundamente do estado normal. Diga-se depassagem que esse exemplo talvez sirva para fazer entender o que é uma função normal. Uma função poderia ser chamada de normal enquanto fosse independente dos efeitos que produz. O estômago é normal enquanto digere sem se digerir. Aplica-se às funções a mesma regra que às balanças: primeiro fidelidade, depois sensibilidade p. 31

É de um modo bastante artificial, parece, que dispersamos a doença em sintomas ou a abstraímos de suas complicações. O que é um sintoma,sem contexto, ou um pano de fundo? O que é uma complicação, separada daquilo que ele complica? Quando classificamos como patológico um sintoma ou um mecanismo funcional isolados, esquecemos que aquilo que os torna patológicos é sua relação de inserção na totalidade indivisível de um comportamento individual.p,34

O normal e o Patológico - um ensaio acerca de George Canguilhem

Desde o nascimento, a fórceps, senti a resistência pulsar em minhas veias...
Aos sete anos já questionava a Trindade e vamos combinar não há nada de normal nisso.
Quebrar barreiras, insistir no entendimento de como as coisas são num tempo como o nosso não é lá tarefa para ajuizados.
Mas, como a filosofia é a remissora das causas ditas "perdidas", posto que para a filosofia o importante é a elucidação, o clarear das idéias...não importando quais...
Investigar, problematizar é tarefa das faculdades tidas como racionais, tanto é que desde Descartes no século XVI vemos separando as coisas para facilitar a dita ciencia.
E como não é de se espantar sempre percebemos algo na surdina das coisas, um quê de nada explicativo...esses dias enviei uma provocação a um professor sobre o nada sartreano que ficou sem resposta, ou fui tida como estúpida ou como sei lá o que, que não merecesse resposta, mas voilá as coisas e as pessoas são e ponto.
Sartre mesmo irá argumentar "O que importa não é o que fazem com vc, mas o que vc faz com o que fazem de vc".
E foi assim que encontrei Canguilhem nesse espantar com conceitos tidos como naturais e universais...
Esse francÊs que já é do século XX tendo nascido num vilarejo da França em 1904 e morrido em 1995 com 91 anos deixou um legado de provocações ao sistema positivo que estava se impondo o que nos dariam as bases do liberalismo, neo liberalismo, e nossa economia de mercado.
Além de filósofo foi médico e atuou e viveu a Segunda Grande Guerra, critica profundamente a forma de como as questões voltadas À pratica e ao olhar da medicina foi construida a partir de premissas únicas e não questionáveis como as de Broussais.
Interessante é a perspectiva que traz ao analisar o normal e o patológico do ponto de vista organico, genetico e histórico, demonstrando que o mal estar na civilização é na verdade a consequencia daquilo que fazemos de nós sem percebermos.
A falencia dos orgãos generalizadas que culmina na morte, não é mais do que o encerramento de uma sintonia de vida que não teria como não desafinar, posto que maior mistério não há da harmonia de tantas notas juntas na musica.
Bem como a distinção do ser vivo tido como normal, diante de um enquadramento que se dá no centro daquilo que definimos como norma, regra.
Quando entendemos que o conceito de normal se dá de acordo "À altura dos deveres resultantes do meio que lhe é próprio", também temos a definição do que seria o ser vivo normal quando está num determinado meio "na medida em que ele é solução morfológica e funcional encontrada pela vida para responder as exigencias do meio" 1943, p.21
outra definição interessante seria a do conjunto dos disturbios causados atualmente são "produzidos na economia pelos agentes que tornam os fenomenos da vida mais ou menos pronunciados do que o são no estado normal".
Ou seja, nossos "stress" que geram angustia, palpitação nervosa, inercia, vontade de não fazer nada, nada mais são que sintomas de nosso tempo e nossas exigencias.
Demonstram que como tais devem ser analisadas, devemos recorrer o olhar ao que já está posto como ordem e progresso que ordem? e progresso de quem?
Quando olhamos para nosso corpo e percebemos que nada dele sabemos e que aceitamos como verdades formas de viver e manifestar para atingir objetivos para que e para quem mesmo?
Por isso os livros de auto ajuda e a necessidade das pessoas se relacionarem, segundo o autor a falta de excitação é a maior parte dos nossos males, já que no caso o início de todas as coisas, o fato vital primordial seria a excitação, o homem só existe pela intensidade dela, o oposto seria irritabilidade, ou estaríamos num estado ou no outro. E essas manifestações são exercidas nos órgãos vitais pelos meios em que somos obrigados a viver.
A idéia de Canguilhem é a de que na verdade o que só existem seria a doença.
Pois as doenças aumentam, diminuem, interrompem, deterioram a inervação do encéfalo sob os aspectos instintivo, intelectual, sensitivo e muscular.
Aquilo que é normal provém de certa normatividade, a vida só existe para esse autor por conta da "incitabilidade" que seria o que nos permite sermos afetados e reagirmos.
Se entendermos como funcionamos, talvez, só talvez, desmisitificaremos aquilo que não conseguimos explicar e perceberemos que somos mais vítimas do que imaginamos...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Parhesia enquanto exercício.

AVISO : O TEXTO É LONGO E CANSATIVO, SUGIRO PACIÊNCIA E ESPERO SER ÚTIL EM MINHAS PONDERAÇÕES...

Parhesia é a palavra em grego que significa fala franca.

E falando francamente ando pensando muito a respeito da dignidade e honra.

Já não é a primeira vez que sou testada em relação ao que estabeleci como critério de vida e partilharei minhas experiência, a quem interessar, sempre no intento da partilha legítima...

Sim, posto que até pouco tempo atrás, como todo ser racional, nem aceitava minha vida, tive muito trabalho para me decidir pelo que eu viveria afinal.

E descobri e descubro muitas coisas...
Sou muito grata a vida e aos meus pais por existir e ter a possibilidade de ter a faculdade da razão e utilizá-la hoje a meu favor, sim, pois durante muito tempo, fui escrava das minhas paixões...tá bom, ainda sou um pouquinho...tá bom bastante, mas já melhorei muito, já posso falar a respeito, risos.

Foi assim: Passei a prestar atenção em mim...no que eu fazia...em como eu pensava...
E descobri através de muito esforço, dedicação e confiança, de que eu não iria morrer antes de descobrir o valor da vida, a razão de se existir, sim, pois Deus me deu a possibilidade da vida e meus filhos são conseqüência dela...mas, não podia ser a razão...não a minha. Aceitar isso seria para mim reproduzir apenas..

Se analisarmos racionalmente, livre de tabus e preconceitos... Viver é um algo meio que sem sentido, posto que sabemos que morremos, ou seja, tudo isso que é importante para nós hoje, pelo qual nós devotamos horas e horas do nosso dia, do nosso pensamento, nosso trabalho, em que passamos mais tempo do que em casa, onde gastamos mais energia, e temos mais dissabores, aborrecimentos, quando morrermos ficará tudo, tudo, para traz...

Então, no fundo, pensamos que a nossa salvação se fará através desse trabalho, porque é isso que nos é reproduzido, digo ensinado .
Quanto mais eu trabalhar, mais eu serei salvo..."o trabalho enobrece o homem"...
Porém, o trabalho enobrece o homem, quando é nobre. O trabalho, pelo qual nos responsabilizamos e nos devotamos, que nos preocupamos principalmente com a saúde dos envolvidos, entendendo como a saúde é importante, tanta a física quanto a mental.

Porém, somos pegos em armadilhas, posto que encontramos sempre situações, pessoas que pensam diferente, esmagadora maioria, que estão muito preocupadas apenas com o que se ganha do trabalho e com o proveito que se possa tirar dele.

Parece, talvez seja só impressão, que as pessoas cada vez mais estão focadas no dinheiro, na quantia...
O trabalho, a vida, o labor, a ação, a saúde estão em qualquer outro lugar, bem longe de si, posto que o que importa são quantias de papeis que logo serão descartadas e trocadas por outras coisas ou mesmo outras ações...

Não precisamos duvidar, quando achamos que somos diferente, quando escolhemos preferir acreditar em nossas ações, ao invés de acreditar na maioria ou naqueles que se utilizam da fé e do amor do outro para receber honorários em nome de deus...

Mesmo que tenhamos sido pegos nessas armadilhas um dia, sempre é tempo de voltar seu amor, seu olhar para o Deus que habita nosso ser e recomeçar nossa aliança, sem a interferência de outros humanos...

Daqui a pouco, teremos pastores formados em economia sendo colching de seus fiéis... sou candidata, aliás, pois se estas pessoas as quais me refiro são emissários de deus, me considero e nomeio a propria madre Tereza, que deus a tenha sempre em sua glória...

Quando nos identificamos com Deus em alguma instituição, é porque na verdade, a luz de Deus, a verdade, já habitava em nós. Santo Agostinho já dizia que "quanto mais se conhece, mais perto de Deus se está".

E é por isso que quem se interessou leu até aqui...risos
Pois, são pessoas que não descansam, sempre estão abertos a conhecer, posto que no fundo também não aceitam as injustiças...

E é por isso que acredito que é possível viver naquilo que acreditamos e compreender que viver, todos vivemos, posto que respiramos, a questão é como...
não levaremos nossos pertences conosco....pensemos nisso!

Estamos muito certos em duvidar de nós mesmos sempre e não devemos nos culpar quando algo não der certo, pois a vida também acaba...então, perdemos sempre, porque não somos ensinados a perder? Talvez assim, estaríamos mais preparado para a solidão, para o aborrecimento e sorrir quando a morte chegar, esse é meu mais fiel desejo.

Mas, como diz Gadamer "A vida é um jogo" e temos que aprender sempre com ela e se estivermos atentos, iremos deixar nossos sentidos apurados prestando atenção naquilo que realmente importa, as coisas que escolhemos...

É isso, já me estendi demais, se leram até aqui, já estão cansados e começando a se aborrecer, me desculpo por isso e agradeço a paciência...

Quero testemunhar por último a razão de ter escolhido a parhesia para ser um modo de ser no mundo, pois se a vida é um jogo, o jogo que quero jogar na vida, implica em sinceridade, legitimidade e confiança, atributos que hoje em dia, estão sendo muito desrespeitados...pouco valorados...perdidos...parece que nem faz diferença...rs
Não podemos cobrar do outro, comportamentos que cabem somente a nós mesmos, logo, aquele que acredita e devota dignidade ao outro a ponto de se entregar deve analisar profundamente suas ações, posto que SE não somos alicerçados dentro das mesmas situações, como saberemos se podemos confiar?

Por isso, Descartes, lá no século XIV nos ensinou, que se alguém que julga ter o mínimo de razão em algo, tem que duvidar sempre, para que possa chegar em suas certezas.

Agradeço a valoroza lição.

A partir disso, confiarei mais em mim e duvidarei mais ainda das minhas certezas.
Espero que me entendam ou conversem sobre o que não entenderem...
grande abraço a todos,

Simone


***PS se quiser saber mais informações, busque faculdade dehoniana, curso de extensão, em agosto iniciaremos um voltado para essas questões diretamente.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

DO MUNDO DE SOFIA - DIREITO E O PODER

DO MUNDO DE SOFIA
“O Direito e Poder – uma leitura social”
CURSO DE EXTENSÃO EM FILOSOFIA - 27 horas

CERTIFICADO: emitido pela Faculdade Dehoniana (Extensão Universitária, com validade para horas de ACC e prova de títulos).

2. NÚMERO DE PARTICIPANTES: Mínimo de 25 e máximo de 50.

3. PERFIL DO CURSO: Entender a violência como conseqüência da manipulação da linguagem apropriada no esclarecimento da educação reprodutora de sentidos.
Entendimento do respeito e opinião na doxa de Hannah Arendt; Claude Lefort; Fabio Comparato
Percepção da violência como técnica de dominação. Poder x saber em Foucault; Vida Nua em Agambem
Entendendo Aristóteles, Política e ética;
Mecanicismo, industrialização, limites, técnicas de si.

9. PROGRAMA DE ESTUDOS:
9.1. O direito antigo (natural), o direito moderno subjetivo e direitos humanos;
9.2. O entendimento da ética e da formação social na Política em Aristóteles; Cícero;
9.3. A guerra de Peloponeso e sua influencia no ocidente.
9.4. Técnicas de si na hermenêutica do sujeito.

10. INVESTIMENTO: Custo por pessoa: R$ 50,00

11. CRONOGRAMA
Início Agosto a Dezembro – sábados das 09:00 às 12:00h
06/08; 20/08; 17/09; 01/10; 15/10; 29/10; 05/11; 19/11; 10/12.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Páscoa

Não sei direito ao certo o que pensar sobre a Páscoa, mas sem dúvida sempre foi o ritual cristão que mais respeito e que mais me fascina. A paixão de Cristo é um exemplo de aceitação e de redenção. Merecemos tanto?
Atualmente reflito sobre nossa condição de humanos, seres de razão e diferentes dos outros animais? superior por isso? qual seria exatamente a diferença criacional, além da razão para que fossemos diferentes de uma árvore? Por que matamos a árvore então?
Se entender que a diferença está na razão de ser humano, na racionalidade, então, talvez devêssemos ser gratos a priori por isso e não porque o Cristo teve que se sacrificar para tal ato...

Boa Páscoa

domingo, 17 de abril de 2011

DELIBERAÇÕES DA LIGA

Sobre a reunião da liga, sentimos muito A falta daqueles que não puderam comparecer, mas cada situação a seu momento.

Decidimos continuar nos encontrando as quinzenas nos sábados, das 09:00 às 13:00h, talvez na sede santos (estamos para confirmar isso) e definimos de forma metodológica que trabalharíamos uma obra teórica e sob ela nos acercaríamos de entendimento capaz de se revelar no cotidiano, sempre respeitando o outro enquanto vir-a-ser.

Compreendendo que estamos em via de aprendizagem sempre, somos convidados pela liga dos super amigos, movimento proveniente do centro de estudos reflexivos, (que segue blog), a perpetuar o conhecimento acerca daquilo que é entendido junto a esferas que convidam a isso, como arte e cultura.

Também ficou deliberado que o grupo é autogestor tendo a minha pessoa somente como facilitadora e mediadora, enquanto o proprio grupo vai ganhando vida e caminhando sozinho até que no futuro se tornem multiplicadores também. Separamos alguns cargos para melhor organização dos eventos, estamos contando com um tesoureir, a Ana e a Paula ficaram responsáveis pelo setor de eventos e o Luiz da organização enquanto secretario.

Desse modo, nossa primeira reunião se dará no dia 30/04 às 09:00h na missão Sede Santos (a confirmar)
e trataremos da análise primeira da obra da Hannah Arendt "A condição humana" que envio-lhe em anexo.
Não precisa necessariamente ler, sugiro que tome contato.

Seguem fotos do evento

sábado, 2 de abril de 2011

A Liga dos "Super Amigos"

O objetivo da Liga dos Super amigos, perpassa a idéia do ubermensh nietzschiano, em que a superação de si se apresenta como alternativa para o desenvolvimento de idéias pro ativas que produza efeitos éticos sociais que se alastram tal qual uma corrente do bem.
Utópico? Nem um pouco. Exponho alguns argumentos

Se superar está ligado a noção do entendimento acerca das coisas que nos cercam, desse modo, quando sinto responsável por minha ações, percebo a responsabilidade acerca delas e quando assumo a postura de que o medo da morte caminha ao nosso lado, nos dispomos com coragem de conduzir sua vida de modo que gere bem estar e boa saúde.
Desse modo, o projeto tem como objetivo Ser ponte entre o sujeito que busca seu equilíbrio e seus desejos e intenções e suas escolhas diante do cotidiano existente.
Como: Aliando-se ao bem e buscando legitimidade na existência, pois todo aquele que acredita e busca a "Verdade" está sempre em movimento para o bem, para a defesa da sociedade, observando as políticas sociais e optando pela ações de sustentabilidade, respeitando as diferenças e semeando significados a nossa essência.

Do Mundo de Sofia Encerramento

A LIGA DOS SUPER AMIGOS

Muitas coisas foram decididas nesse último encontro na faculdade.
Lançamos propostas para grupo de estudo e polarização da filosofia entre as relações existentes.
Somos muito importante, tomara que estejamos dispostos nesse momento a se
comprometer com o desafio do enfrentamento de si, em que somos
convidados ou condenados a nos ater a nós mesmos e em nossa certeza da
diversidade cultura e social que nos cerceia. Assunto aliás tratado na
aula de hoje.

Também falamos em conjunto com Freud na psicanálise acerca das pulsões que projetamos no objeto e na clareza desses movimentos em relação a forma que devemos sentir, como por exemplo o amor. Posto que hoje se tornou moeda de troca. Quanto vale seu amor?
quanto ele vale para vc mesmo? Quão longe vc quer chegar consigo mesmo?
Qto quer entender? o quanto quer ser responsável?

Caso
se interesse em continuar conosco, decidimos que teremos um encontro
informal dia 16/04 às 21:00h no salão paroquial em Tremembé para
apreciarmos o delicioso e tão aclamado bolo da Ana e combinar aspectos
metodológicos dos futuros encontros em que será decidido dias, horários e
finalidades.


"Cheguei com a expectativa de encontrar minha identidade e encontrei um caminho para ela e quero seguir esse caminho, pois me identifiquei com ele.Como isso aconteceu comigo, posso afirmar que o curso atingiu seu objetivo"


"Em termos academicos o curso nos apresentou a filosofia de forma dinamica e de fácil compreensão, utilizando termos do cotidiano na explicação de conceitos e idéias filosóficas, agregando ao nosso saber de forma natural a visão do pensar, analisar e criticar nosso meio e a nós mesmos. Pessoalmente adorei o curso e espero profundamente que este não seja o último encontro, mas o início de um novo começo"

segunda-feira, 28 de março de 2011

Da história da Filosofia

Da história da Filosofia
Inicialmente a filosofia vem atender a necessidade que o homem se vê em superar o mito, através do entendimento acerca da natureza. E a esses bravos denominamos “pré socráticos” ou “filósofos da natureza”.
A partir da contemplação e do entendimento geraram questões como a de Parmênides “ o ser é ou não é” e Heráclito que argumenta que o “homem não é o mesmo quando entra e sai do rio, nem mesmo o rio é o mesmo ao receber esse homem”.
Entre inúmeros outros que observavam que em tudo há deuses, números, átomos, elementos da natureza e por último o “homem”, é então onde encontramos Sócrates e a partir dele, todo o olhar se volta para esse humano e suas relações, sejam sociais, sejam intelectuais, sejam naturais.

Sócrates, Platão e Aristóteles, junto com os filósofos da natureza formam o conjunto ao qual denominamos FILOSOFIA ANTIGA.
A FILOSOFIA MEDIEVAL vem cristianizar os filósofos antigos e apontar direções em relação ao UNO e ABSOLUTO e ao livre arbítrio, através dos santos padres e filósofos, como Agostinho e Tomás de Aquino.
Com o advento do iluminismo, do renascimento, nasce também A FILOSOFIA MODERNA, questionando a validade da fé na razão. Nasce os direitos humanos, a constituição e a formulação social que carregamos até hoje no Ocidente e Kant nos desafia “temos que ter coragem de seguir nossa própria inteligência”.
Após as grandes guerras, com o monopólio do poder bélico e medicinal, Deus morre e o homem se vê mergulhado em si mesmo, condenado sobremaneira a ser livre, como dirá Sartre “Somos condenados a ser livres”.
Por outro lado, Nietzsche argumentará que devemos viver uma vida, ao qual possamos vivê-la da mesma forma várias vezes. E a busca pela autonomia e responsabilidade se desponta como norteador de ações éticas.
E na contemporaneidade também desponta a globalização e a tecnocracia, o reino da técnica, em que cada vez mais, o homem se desumaniza. E para dar conta a essas saídas a filosofia percebe a característica do entendimento através da linguagem. E é esse nosso esforço aqui, observar e escolher o que pensaremos e para quê pensaremos.


sábado, 12 de março de 2011

Do mundo de Sofia

O “thelos” da Filosofia
Dos momentos em que a ira nos arrebata com tamanha força que nos afasta da razão e nos aproxima dos sentimentos de uma criança que não se conforma de não ter seu desejo realizado.
Qual seria esse desejo afinal?
Querer o que não se tem, incluindo a ilusão daquilo é bom, pois quando temos, deixa de ser.
O “como” alimentar em si um sentir direcionado aos conhecimentos que possuímos, considerando o homem como divino, imortal e eterno, aprisionado em um corpo agora. Com seus questionamentos limitados a uma esfera de conhecimento somente do que vai sendo conhecido de acordo com os caminhos que se escolhe.
Por isso é que precisa-se ter muito claro a razão e o motivo da existência, posto que temos que escolher todo o tempo algo.
Esse algo pode ou não favorecer, criar causas e condições para a elaboração do que propôs a priori.
Mas será mesmo que damos conta disso?
Entende-se que quanto mais entendemos o funcionamento do nosso corpo e da elaboração dos pensamentos, podemos ser capazes de criar movimento ao redor.
É como se a fruição do pensamento transbordasse do centro de nossas cabeças e que seria o que chamamos de “mente” e transbordando pudesse “contaminar” as paredes externas a mim e criar ondas aproximando os desejos, as vontades, o querer que sabe o que quer.
Mesmo diante disso somos arrebatados por “forças” que vem de dentro, num “estrondo” dentro de mim mesmo que nos jogam para um não crer e desesperar-se da própria miséria - que sabe que não tem!
Sinto-me rica a cada novo significado e sentido que descubro. A cada nova possibilidade de ir além e alcançar as estrelas.
A fera que habita nosso ser, nos devora os sentidos, nos lança num movimento inoperante de vontades. Nos cega e nos arruína.
Como nos livramos dela? Talvez a isso se chamam de “Livramento”.
Penso que viver harmoniosamente seja um caminho, talvez não.
O homem é caos e cosmos.
Qual a possibilidade da idéia que temos sobre as coisas?
Como saber o que é o céu?
E para que sabê-lo, se não damos conta de nosso cotidiano, de nossas feras interiores que nos lançam a todo tempo contra nós mesmos. Que tomados de fúria, por uma sensação impensada de impulso de agir. O ímpeto, o impensado do agir, do sentido.
Por que é mais confortável gerar essas idéias alicerçadas em fundamentações externas a mim?
Porque mesmo querendo alcançar clareza de sentidos para não gerar desconforto, somente amor e acolhimento, mostramo-nos tão primitivos, felinos, neodertais.
Não é verdade que há todo momento conseguimos pensar nisso. Passamos horas nos ocupando com imbecilidades, ainda assim, buscadas para “desconectar-nos” e conectar-nos a uma outra realidade, de prazeres, externa, de desejos, inveja e alucinações. (como eu queria)
Por isso o caminho tem que estar claro e dito. A razão pela qual quer se obter mais conhecimento, se não o utilizamos em prol da ética, da melhoria do ser, que consiste em favorecer a linguagem para a construção de sentidos que possa expressar as saídas das crises, pois se posso sequer manifestar essa relação com a fera é porque galguei caminhos que acreditamos.
Poder fortalecer àqueles que também acreditam e buscam de alguma forma, nos fortalecendo também através daquela fruição de pensamento.
Criamos nossos desejos a partir daquilo que acreditamos. E isso não é auto ajuda, e sim autoconhecimento, consciência e esperança, faculdades unicamente humanas!



domingo, 6 de fevereiro de 2011

EXISTE PAZ NA SUA CASA?

Em conversa com o nobre amigo Luiz Antonio Cardoso, inspirador e organizador do movimento União Cultural, dentre outros, pensamos o seguinte: Discutir a paz universal é antes de tudo refletir acerca da sua própria paz, o mesmo se dá com a fraternidade, o que entendemos por fraternidade. O que seria viver como irmãos?
Atualmente, tudo desmorona ao nosso redor, a educação desfragmentada que nossa geração de 30/40 anos recebeu de nossos patriarcas já é cerceada por cultura ditatorial perene de outros tempos.
Mesmo assim, ainda sofremos como o modo que somos tratados, haja vista que entre uma geração e outra há todo um desgaste que não damos conta de enumerar, salvo em texto muito longo, o que não seria nossa intenção nesse momento.
Fica a provocação e a campanha: EXISTE PAZ EM MINHA CASA?
Filosoficamente, não resolve sabermos o que é a educação para Platão, ou a Paidéia grega, se não temos noção de como isso se aplica em nosso cotidiano.
Para Platão, por exemplo, o ideal de educação, o que os gregos chamavam de Paidéia seria grosso modo, o ensino das artes, musicas, atividades físicas, além de ser ensinado a respeitar as hierarquias e as leis da cidade. Tanto é que a criança era separada de sua mãe aos sete anos de idade para conviver com outras crianças da mesma idade e aprender.
Dessa forma, quando estivesse pronto iria para as lutas, logo depois dos 30 anos poderia se dedicar a filosofia e aqueles que apresentassem vocação poderiam passar a viver a intelectualidade, a filosofia ou continuar nas lutas e guerras.
E hoje o que entendemos por educação? Como educamos nossos filhos e qual o objetivo final antes de nossa morte em relação a vida deles?
Deixo essa provocação e convido a todos a ampliarmos essa discussão, pois a vida acontece, enquanto olhamos para ela passar e muitas vezes em nosso cotidiano não alcançamos aquilo que almejamos para o universo.
Paz e bem a todos!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ser aí e ilusão

Em conversa com amigos, andei analisando a seguinte questão:

- Estamos fazendo de nossos instantes obras de arte, Como sugeria Deleuze?
- ou ainda, estamos vivendo de modo, como se quisessemos repetir nossa existencia, como sugeria Nietzsche?
Estudando Freud e a transgeracionalidade, percebemos que vivemos o que já existe de engessado, amparado sempre por convicções e julgamentos ao quais nos prendemos, sendo que o julgamento válido da vida, seria:
Estamos vivendo na real no estar aí, ou em nossas ilusões?
Imagino que alguém que já não se ilude mais, tenha facilidade de compreender isso...
Mas, o limiar entre o estar aí e a ilusão, penso ser o "como" lidamos com a frustração...
Se superamos, estamos no ser aí, se nos prendemos vivemos na ilusão de sentidos...culpas, dores e sofrimentos...
agonia quer dizer conflito... com o que nos conflitamos afinal???

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

MOVIMENTO UNIÃO CULTURAL

Acabei de chegar do encontro desse movimento. O desejo de partilhar as experiências, não podem esperar, e explico a razão.
Durante toda a vida consciente, fazemos escolhas, muitas vezes não tão conscientes assim, porém outras são decididas assim, quase lá nas fraldas, pois pelo resto da vida defendemos idéias que nos acompanham desde o berço.
Foi assim que conheci Luiz Antonio, o idealizador e mentor desse movimento. Nos conhecemos lá nos ides de 1994, juntamente com outro gigante, o Gerdinaldo que convicto do que se quer, hoje é juiz acho que lá de Santo André.
Fato é que ao escolher ir por um caminho, abrimos mão de outros, e hoje no mundo capitalista, abrir mão de determinados favorecimentos e posturas, ocorre-nos o que podemos chamar de "não esperteza" fator primordial dentro de inúmeros determinantes financeiros.
E durante a vida, defendemos certa postura, que achamos que não irá lá fazer muitos adeptos ou ao contrário, provavelmente elencaríamos incorfomados com nossas escolhas, aqueles que defendem outras visões mais capitalistas e conformistas também.
Dentro disso, conhecemos algumas pessoas, pouquíssimas, as quais guardamos pelo resto da vida, e Luiz Antonio é um deles, quem conhece, respeita, segue e exalta.
Não digo isso por rasgação de seda ou confetes, que nem é de meu feitio, exceto quando dentro de minha infinita ignorância posso de fato nobrezar (acabei de inventar o verbo)tal figura e explico a razão.
Sua postura, guarda em si algo de muito especial que conquista somente boas pessoas, aos quais dentro do movimento, viemos a conhecer, porém, existem tantas outras que nem sonhamos, mas que estão todas ali, em grau de nobreza tanto quanto.
Na reunião passada, nosso novo amigo, Linconl em 5 minutos de rápido diálogo deu-nos informações, aos quais passei 2 dias inteiros pesquisando. Hoje foi o dia de outro nobre personagem na nossa história chama-se "Oswaldo Crisante".
Atleta do futebol, poeta, cronista, compositor, seresteiro, entre outros importantes atributos, juntos esses dois transformaram nosso encontro ao lado do poeta e amigo André Bianc e meu querido Eugenio Ribeiro num mar de aprendizado.
Em um pequeno bate papo, de não mais que uma hora, conheci tanta coisa diversificada acerca da cultura, de arte e de causos, que nem imaginei que existia.
E é nisso que consiste minha urgência em escrever, para não perder o "kairos" da euforia de após 36 anos de vida, angustia, dor e muita ilusão, confusão e crises, ter a certeza do caminho escolhido.
Olha que terrível! não temos adeptos, nem movimentos que defendam na mídia nacional, sequer local, a opção de sermos íntegros, inteiros e autonomos.
E aquele que ousar desafiar o mercado, estará condenado a não participar de movimentos em que não discutiremos pessoas, mas sim idéias, respeitando a diversidade e a cultura, bem como todos os princípios do mais puro amor e respeito existentes, como foi o de hoje, além de estarmos condenados a sermos bem acompanhados por pessoas que sem dúvida marcaram sua existência com o ato de partilhar, de doar, de estar.
Concluo esses pensamentos, na certeza de que, podemos demorar, mas o caminho está traçado, a rota direcionada, e o encontro das águas que unem ação e manifestação se dá a partir do movimento de seres humanos, que certamente escolheram trilhar a mesma direção. Obrigada pela partilha, caros amigos!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A partida dos gatos

Foi assim...
Eles chegaram, podem conferir que verão o início de tudo, nesse mesmo blog...
Foram chegando, aos poucos, parindo cada vez mais, chegamos ao número de 12!!!!
Não era possível mais a situação. Fila de zoonoses que nunca chega para castrá-los... Viajaram para as Minas Gerais, na casa de uma prima, que é moradora em um bairro inteiro de cachoeiras e lindas paisagens, serão felizes lá.
Mas, a mãe gato, selvagem que era não foi junto, não quiz. São muito independentes e desconfiados, os gatos e com razão!!!
Agora chora, como qualquer outra mãe que vê seus filhos partirem.
Como é grande a dor do parto!!!
Como é triste acompanhar essa dor.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Filósofo brasileiro - Claudio Ulpiano

Estava pesquisando alguns sites relacionados ao encontro nacional de Filosofia (XXVII ENEFIL RIO) desse ano que se dará em Niteroi – RJ e “descobri” Claudio Ulpiano.
Ouvi algumas aulas e me apaixonei.
Pesquisando, descobri que Claudio é filósofo brasileiro, lá do nordeste, morreu em 1999 e deixou um pensamento vasto e bastante alinhado com nossa realidade contemporânea, trazendo respostas e inquietações pertinentes ao momento.
Quero partilhar algumas considerações.

Lucrécio: A felicidade suprema e a Arte humana da infelicidade .


Nessa aula Ulpiano abarca a questão da felicidade suprema e a infelicidade em Lucrécio,denomina a criação do mito enquanto manifestação do homem, criado para apaziguar e amenizar o medo da morte. Em que o homem é produtor do falso, criou a idéia da infinitude na criação humana, os temores do inferno, como os castigos, as punições. As perturbações na alma geram sofrimentos imensos, emanam fantasmas que assombram o homem. Nossos átomos não nos pertencem, argumenta, pertencem ao universo, tudo que existe é átomo e vazio. Quando caímos produzimos dentro de nós pensamentos e são esses que nos libertarão, enquanto nossos fantasmas só nos aprisionarão.
Há em Lucrécio na obra “Da natureza” uma tentativa de afastar o homem do medo da morte, em provar que depois de mortos, estamos MORTOS, ao contrário da religião que prega que depois da morte, teremos a vida eterna, representando a infinitude e a imoralidade da alma.
Considera que o infinito só existe em ato e não em potencia, pois sabemos que existe o infinito, mas não damos conta de pensá-lo. Bem como argumenta que existem 2 tipos de infinito, o infinito vazio e o infinito de átomos, esses átomos diferentemente da Física quântica, ou dos tomistas, representa uma unidade e não se faz de forma estrutural, os átomos não teriam partes, mas sim seriam inteiros e não nascem e nem morrem. Todos os corpos são constituídos por conjunto de átomos, logo são estruturas e se são estruturas morrem. Através do conhecimento de nossos corpos apreendemos nossos sentidos, mas os corpos emitem átomos que prosseguem para o infinito através de contatos, como no caso de um jardim florido, o perfume das flores, seria a emissão daqueles átomos.
Interessante constar que para esse filósofo a conversa psicanalítica é muito pertinente, pois o século XX nos traz com Freud o entendimento do inconsciente, porém parece que o entendimento acerca do inconsciente não se restringe somente a essa esfera. Para Lucrecio existe um inconsciente natural que pertença já aos átomos da existência que são infinitos e imutáveis. Há uma oposição do sujeito psicológico ao pensamento da natureza, falar do amor é manifestação da nossa subjetividade, bem como os terrores e necessidade geram a necessidade do consultório psicanalítico.
Importante lembrar que a morte de Deus, não se daria em Nietzsche, mas sim em Kant, quando na Crítica da Razão Pura, ele lança a morte especulativa de Deus, e Claudio ainda diz mais, argumenta que somente a literatura ateísta é que pode nos levar a algum tipo de reflexão segura, posto que abandonaremos nossos medos.
Temos por hábito dizer que somente as coisas que conhecemos existem, aquelas que não conhecemos, negamos. A morte faz parte da vida, foi o medo da morte que fomentou a existência e criação de deuses. Por isso o homem alimenta medos e incertezas, cria seu próprio inferno, seus monstros e deuses que castigam e é por isso também que se criou a função de agente social, que seria o papel do psicólogo, professor, psiquiatra, todos aqueles que auxiliam quando enfraquecemos, sim, pois o homem parece que devido as distrações perdeu seus contatos in natura.
Abarca também a questão da sexualidade, pois parece que a vida nega a sexualidade, demonstra que na humanidade há 3 tipos de formas de se relacionar sexualmente, que seriam: homossexualismo, heterossexualismo e bissexualismo. Porém na natureza existem diversas formas de haver uma relação sexual e evidencia o exemplo da orquídea que para que a vespa espalhe seu pólen, cria um tecido que parece-se com a barriga de uma abelha, logo a vespa sente o cheiro da abelha e se lava no pólen e dessa forma a orquídea garante sua sobrevivência, levantamos também a relação que há entre uma folha e a gota d’água. A essas manifestações o filósofo trata como in natura.
A diferença em relação ao inconsciente freudiano e o natural seria o aspecto da moral, pois na natureza não há moral a priori, foi o homem que construiu a moral, diferente da ética, que para esse pensador, representa a relação entre corpos. Logo teremos bons e maus encontros, em que nos enriqueceremos ou nos envenenaremos.
A vida é trágica, nem otimista, nem pessimista e função da filosofia é nos entristecer, se a filosofia não nos gerar um mínimo de tristeza e de angústia ela não serve para coisa alguma, pois a tragicidade da vida consiste na apreensão do trágico da existência, uma mãe que perde um filho por exemplo, o envelhecimento, são características trágicas que nos faz pensar acerca da existência. Atualmente não existem mais heróis, os heróis são criados nas novelas, são os facilitadores para um caminho ético, a ética hoje se produz na novela, na mídia, nos interesses.
Para o filósofo, existe uma diferença entre a manifestação e a expressão, argumenta que a manifestação é fenômeno relativo e pertinente somente a natureza humana já a expressão é a constatação dos fenômenos da natureza, ou seja, o nosso entendimento é cerceado por manifestações e não por expressões.
Os temores da morte são as manifestações, representações que os mitos nos revelam que o homem tem durante a vida, ou seja a culpa, o arrependimento, são manifestações que o sujeito apresenta e não se libertar desses sentimentos seria um problema para encarar a morte. Existem registros em que grupos de pessoas viviam sem culpa e nem arrependimento, pois desconheciam tais sentimentos.
Nós complicamos as coisas devido a criação da infelicidade. Para Lucrécio, Os deuses só existem enquanto emissores de átomos, enquanto compostos de átomos, quando liberam seus átomos estes encontram os homens e reverberam, assim aprendemos a ataraxia grega que seria a indiferença, a tranqüilidade em relação as coisas do mundo.
O modelo do saber ocidental em Platão, nasce após o enfraquecimento do oriente em que existe uma clara distinção, em que para o oriente se originam os sábios ou sofois para os gregos e no ocidente caracterizou-se a filosofia, ou seja o amante da sabedoria e não o sábio. Para o ocidente, queremos saber o que é , lança-se a pergunta para a definição da coisa e da função dela.
Com Platão teremos uma filosofia sedentária que esta baseada na condução, na representação, repetição e a filosofia nômade oriental, a qual originou-se nos estudos de Lucrecio como sendo libertadora do medo da morte e sendo a alma para ele um conjunto de átomos e desse modo desintegra-se, a morte seria um desfazer-se dos átomos. O átomo é eterno e não o conjunto que é o corpo, o átomo não tem parte.
Argumenta que a visão que temos do amor no ocidente é uma visão amarrada e amparada pela punição, pela cobrança, pela culpa. O amor foi deturpado. Toma a representação de Venus como o amor voltado ao prazer e Eros o amor da criação, o qual é manifestação do homem, enquanto Venus seria expressão do amor, voluptas, prazer, logo o amor Eros não é real, é elaboração é manifestação, enquanto o de Venus seria expressão. Distinguir esses conceitos é fundamental na filosofia de Claudio Ulpiano.
O amor que aprisiona não existe, o amor é também causa das infelicidades do outro, não podemos ser dependentes do outro ser, todos somos plenos. A dor deve ser evitada, a religião é que impõe a dor como um pagamento pela vida eterna, pois como é tão boa precisa se superar e pagar por isso.
Claudio não se restringe a uma filosofia fechada numa monografia de um pensador somente, como ele mesmo argumenta, sua linha de raciocínio é aberta, utilizando-se inclusive do cinema e da literatura como fontes inesgotáveis de filosofar.
Para tanto, caracteriza o rosto enquanto representação de uma “socialização” argumenta que nossos rostos revelam quem somos devido as nossas expressões, cultura e geografia.
O rosto é indivuante e comunicante, em alguns cineastas como Ingmar Bergman em “morangos silvestres” podemos perceber o que chama-se de primeira idade ou primeiro plano, ou seja, o closed, esta ação descaracteriza a humanização social do rosto e deixa que ele se revele nele mesmo, observando as características contigentes dele próprio, esse também é o exercício da arte, revelar traços desumanizando, des socializando. A arte para Lucrecio através da expressão tenta produzir algo que libere os fantasmas, desumanizando, através da “expressão”.
Para Lucrecio o homem possui categorias que se revelam através de faculdades, coloca a sensibilidade, a memória, a inteligência entre outros como tais categorias e para Chowsky, pensar não pertence ao sujeito, não estamos habituados a pensar.
O homem foi quem criou a infelicidade, por isso tem que criar o super homem para superá-la, pois tem que derrubar o homem com seus medos, incertezas para dar lugar a um homem seguro e tranquilo em relação a morte. Modificar hábitos é essencial para o homem que quer encarar seus medos.