segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Quem cuida do cuidador?

Quem cuida do cuidador?
No Brasil, os educadores se encontram desamparados. A Psicanálise se encontra em franca expansão e com o seu estudo é possível agregar conhecimentos que auxiliem a resolverem conflitos e sintomas.
A Professora Simone Suelene, filósofa e terapeuta humanista oferece aos seus acolhidos, estrutura com segurança e confiança, conforto e eficiência, no cuidado de si, disponibilizando ferramentas para que professores, pedagogos, psicopedagogos, preparem-se para abarcar todas as suas demandas no cotidiano.
Venha conhecer nossa proposta, fundamente, exercite e aplique nossos exercícios em seu cotidiano, experimente e seja nosso convidado a um novo olhar sobre suas angustias.

Informações: cerflexivel@gmail.com 

Sujeito suposto saber

terça-feira, 7 de maio de 2013

O Despertar da Consciência de Eckart Toller nos desafia a pensar o pensamento.


O Despertar da Consciencia de mestre Eckart Toller nos desafia a pensar o pensamento.

Podemos perguntar: Como?

Ele dirá que é estando em presença plena. E como seria essa Presença Plena?

Como é estar em presença plena em cada instante, em cada respirar?

Esse poderia ser um excelente exercício para os humanos que se julgam racionais, posto que ao pensar você exercita uma ação que acha que é sua, quando na verdade é muito mais que isso, pode ser um conglomerado de histórias sobre si, memórias, elementos sempre limitadores a respeito daquilo que se é, do que se pensa, e consequentemente daquilo que se faz.

Desde que o mundo se tornou habitável aos humanos e durante os séculos de dominação foram criados formas de dominação em que os fortes de alguma forma reprimem os fracos. E essa força normalmente vem do coletivo ou da segurança que alguém tem de se bastar.

De não precisar ouvir do outro algo para se manifestar enquanto formas de agir, de se vestir, de se pensar na concretude do dia a dia.

Pois a questão da sobrevivência, da propriedade privada, foram questões subjacentes ao final da escravidão, até para que as coisas pudessem minimamente estar como foram, sob certa dominação, depois foi a tentativa de uma raça pura, que continua em voga, de forma bastante envolvente e nublada.

Estamos num tempo em que através da globalização da comunicação podemos perceber outro humano em qualquer outra distancia e saber dele, desde que algo que ele diga ou faça possa nos interessar. E esse interesse está voltado a forma como me estabeleço no mundo e na vida.

Até por isso, Gadamer, nos diz que a vida é um jogo, em que as peças não passam de seres humanos a jogar num tabuleiro que chamamos “vida”, em que nós nada mais somos que ajustes de poder e dominação em todos os instantes e esquadros.

Michel Foucault sinalizou isso muito bem, tanto na Microfísica dos poderes, como na construção da Biopolítica, como na história da loucura em que os mecanismos de dominação levavam a geração de formas adequadas para se viver. Adequadas para quem? à normatização.

Cada vez mais, temos mais seres viventes, humanos, pensantes, conscientes e responsáveis do seu papel de informar, provocar, colocar, de descobrir suas verdadeiras habilidades e funções, de não mais participar de manipulações insanas e impostas, seja pela cultura, pela tradição, pelo modelo feudal ou autoritário, seja até mesmo pelas formas de conhecer e entender o humano.

Não somos máquina, pelo menos, não ainda, e desconfio que mesmo quando nos tornemos, ou quando já nessa era, suportarmos nos tornar, ainda assim, baterá no peito uma dor pulsante, um desajuste corporal, que nos fadará ao lento processo de desvencilhar-se da vida, mesmo que seja ainda vivo. Até por isso, o despertar se faz uma boa saída.

O Despertar da Consciência por Eckart Toller


Ao ler o livro do mestre Eckart Toller “O poder do despertar” recebi a seguinte orientação de um amigo querido: Esse livro irá mudar sua vida.

Achei arriscadíssima a leitura a partir daí, porém como o amigo é de confiança acima de qualquer outra indagação, propus-me a tarefa de lê-lo. De fato é daqueles livros que se leem em “uma sentada”, no meu caso foram duas, a noite e no domingo inteiro. Você não consegue parar até porque quer saber o que ele irá colocar lá na frente.

É suspeitíssimo quando ouvimos a orientação de que algo pode mudar sua vida, porém, é muito importante crer, até pela nossa sanidade, de que o milagre da vida acontece no instante e no mesmo em que se encontra afogada em suas dores e angustias, pode perceber que é possível através da proposta do mestre Eckart sair dessas sensações.

Já havia lido “O poder do agora” desse mesmo autor, e já havia me impressionado com suas colocações que na verdade não são nenhuma novidade, aliás, desde milênios o homem que aqui está não produz muita novidade, por isso até, vemos sempre os mesmos problemas entre humanos.

Tecnologia, produção de bens de consumo, não são novidade, são conquistas necessárias as obras que os homens se predispõem a fazer nesse século, que parecem estar bastante ligadas mais ao distanciamento do homem de si mesmo do que ao seu aprofundamento, questão aliás, sinalizada há mais de três mil anos.

Eckart nos coloca pressupostos hinduístas, zen budistas, dentro de uma realidade contemporânea, em que podemos perceber como o humano se tornou sujeito desse fazer.

As questões coletivas que geram mal estar através dos séculos que nos atingem diretamente, a gama de novas patologias que são oriundas de sensações ainda não classificadas, não dirigidas, atualmente uma evidência da crise desse humano que pensa que se sustenta pelo pensar.

Eckart nos oferece um outro rumo com o “Despertar da Consciência”, rumo desafiante diante de questões práticas que nos asfixiam, mas, que, se cuidadosamente elaborados, se tornam uma grande diversão e um grande desafio constante: Estar pleno em presença no instante.

Um instante tem uma duração longa demais para se fazer entender, é preciso senti-lo, percebê-lo e o mais interessante disso é escolher o que irá fazer com ele. Não ser manipulado pelo pensamento, mas sim, observá-lo e conduzi-lo se assim o for, mas simplesmente estar atento ao que ocorre dentro de si. Esse é o desafio desse caminho, talvez da nossa era.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Conclusões Periódicas - Caso ex- Padre Beto


Criticamos nossos vizinhos, por imporem sua fé com uso de burcas e violência, mas violentamos e impedimos qualquer renovação moral.
Assistindo aos programas sobre as novas tendencias musicais, entre elas a Gospel, podemos perceber a razão da religião católica estar tão distante da realidade de possibilidades dialogais com seu credo, suas normas e preceitos.
Diante de reflexões como a do psicanalista de 70 anos, respeitadíssimo, na  Folha Equilíbrio dessa semana, Flavio Gikovate nos fala sobre o sexo 2.0  em que nos propõe que encerremos a utilização de termos, como hetero, homo, para se referir ao comportamento sexual, posto que são apenas palavras constituídas de conceitos, que secularmente precisam ser revisitados, posto que o que sabemos sobre o homem é de que é mortal e finito, inclusive em suas palavras as quais representam nada mais, que juízos.

Estamos em maio de 2013, século XXI, atualmente querem trazer asteróides para a órbita da Terra para estudá-los, também possuímos excelentes níveis de compreensão dos quase 5% do consciente da mente humana.
Pensamos que evoluímos  até porque cada vez mais a morte é menos anunciada. Projetamos vida longa através de futuros promissores materialmente, nossa essência em breve se tornará medicamentosa, tecnologizada, bem como nosso tempero.
Nossos relacionamentos se esgotam nos sentidos amparados pela mídia e apresentados dentro de nossa própria história, sem continuidades e aprofundamentos. Vivemos a novela na novela.
Somos viventes de um período fantástico da história, em que qualquer humano com o mínimo de conhecimento pode vir a se comunicar com outros mortais em qualquer parte do cosmos.
Temos um discurso de virada de século, de inovação, de compreensão. Nossos filhos se tornaram nossos heróis, nosso eu passou a superar e demonstrou que pode se refazer, reinventar.
Lutamos para ter liberdade, autonomia, mas, reproduzimos mesmo sem concordar. Nossa educação quer que sejamos sujeitos responsáveis, porém, somos refreados por exemplos em que qualquer contradição pode levar a prisões, excomungação ou a danação eterna.
Vivemos uma era de contradições. Pregamos o respeito, a educação, mas ditamos modos e formas de agir. Impomos sem análises, sem debates, sem questionamentos. O caso do Padre Beto, de Bauru, deveria ser caso de Plebiscito entre católicos, até para sabermos o que e como quem não está no poder pensa, de repente, podemos ser surpreendidos com a criticidade dos novos cristãos.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

CAFÉ FILOSÓFICO


CAFÉ FILOSÓFICO
OBJETIVOS:
Através da arte e do entendimento das questões cotidianas da vida, convidaremos o público, de uma forma bem humorada a enxergarmos juntos uma outra leitura da realidade que nos cerca, aproveitando a noite, o som e a leveza do descomprometimento de um espaço voltado ao entretenimento e ao lazer.
Como?
Através da filosofia, enquanto pesquisa e retórica, elencaremos temas cotidianos capazes de despertar o interesse do público, pinçando com músicas e ritmos, além de debater com artistas e com o público.
Para que?
Para diversificar. Trazer cultura de forma criativa e dinâmica, capaz de intensificar o desenvolvimento humano e cultural numa noite. Além de dar opções àqueles que se interessam por algo a mais do que um olhar, na noite taubateana.

Maiores informações: simone_suelene@hotmail.com

Exame de Consciência



Ao viver, estamos sempre em guerra. Lutando conosco mesmo, civilizando nosso ser através da razão, mesmo que para tanto apanhemos um bocado, mas o importante é levantar-se sempre.

Para tanto precisamos nos ater a nós mesmos e não buscar ocupar a mente, como usualmente se propõe, mas sim, esvaziá-la para produzir idéias que sejam empreendedoras e que irão beneficiar outras pessoas. Doar-se para receber.

Dedicar –se a amar, seja o coletivo ou o individual. Esse é o desafio, posto que é fácil se adequar a uma opinião, um olhar, mas a diversidade, solicita um respeito, uma tolerância e paciência que não reside na alma animal.

Pois precisamos na vida, na luta pela sobrevivência, da relação com o outro e não de seu juízo ou aprovação.

Aqueles que nos amam, normalmente se sentem responsáveis por nós, mas não sabem ainda respeitar o ser que nós nos tornamos. Para se ter respeito, parece ser necessário pagar-se as contas. Independência requer autonomia.

Se não são os elos de tradição que nos unem ao sangue, podemos perceber que somos todos humanos.

É bom estarmos atentos ao que nos acontece e saber viver, talvez seja isso que realmente importa.

Vigiar o pensar, para que nós, não percamos a fé em si mesmo e destituir as nossas crenças e julgamentos, que são normalmente condicionados pela punição e culpa.

Podemos ser primeiramente amorosos, tolerantes e pacientes conosco mesmo, assim como somos com os demais e dessa forma perceber que é inevitável viver, mesmo que se queira morrer, e que a vida é uma batalha a ser vivida todos os instantes. Por isso, construa sentidos e viva de forma a contribuir para que possamos ter cada vez mais, mentes pensantes e pulsantes para a melhoria do coletivo, que é do que é feito o chão que a gente pisa.

O Pensar e o agir no nosso tempo


Pensar a partir do pressuposto que pensar já é algo que só os humanos fazem por infelicidade de seus destinos, já que é algo doloroso e pensar por si só apenas reflete a situação em que estamos.

Veja se a vaca se ocupa do pensar, veja se a árvore reclama quando chove ou faz sol.
As coisas não se dissolvam pelo pensar, somente pelo suportar e não pelo pensar, principalmente se o ato de pensar, não for para buscar solução de algo.

Porém, seja lá qual for essa solução, ela não se soluciona, pois se pensarmos de modo humano, civilizado, racional, ou seja, legal e moralmente, veremos que nosso exercício de pensar não nos leva a lugar algum, posto que estamos fadados a morte, logo tudo que se tem a fazer é suportar esse pensar, a impotência humana diante do próprio humano e de suas criações, formulações, interpretações e legislações.

Sim, porque se todos estamos fadados a morte, porque então a criação de tantas formas de agir, de olhar e de se comportar? É que o humano intrinsecamente deseja a perfeição, deseja não morrer, deseja a onipotência de tudo saber, de não duvidar, de querer estar satisfeito sempre, sendo que acredita ser o construtor de seu destino, quando não o passa para as mãos de um senhor deus qualquer que dita suas próprias ordens.

Ignora ser senhor de si mesmo, ignora pertencer a uma raça dentro de uma natureza que provém da cósmica, ignora ser uma centelha, um grão de areia, ocupando-se de suas realizações para que sua felicidade se torne completa.

Pensar a partir da circunstancia que lhe cabe é então pior que isso, posto que se está, está por que fez por estar. Não há meio de estarmos sem termos entrado, escolhido. Toda circunstancia é gerida pelo ato de tê-la causado, talvez por isso seja a angústia desse refletir ainda maior.

E não há outra coisa a fazer senão consolar-se. Aceitar sua humanidade, sua fragilidade de que a noção de que qualquer outra coisa estaria também suportável. Em qualquer direção para que se vá, em diversos momentos em que a vida nos permite. Tudo que se tem a fazer é suportar e pronto.

Talvez na próxima fase, após a suportabilidade e aceitação, possamos liberar o criativo e expandir, alcançar produção no livre agir, entusiasmo para algo e interesse em alguma construção, mesmo que para tanto necessita-se compulsivamente da paciência, amiga prudente que nos auxilia no alivio das tensões, o importante é estar em movimento, posto que se está vivo.

C.E.R - Centro de Estudos Reflexivos


GRUPO DO SABER do C.E.R dispõe através do 
PROJETO EXPOSIÇÃO -  Trabalho de Orientação Existencial

                Estabelece pontes de direção desenvolvendo trabalhos em vários segmentos, tais como:

·         Psicologia, pscanálise;
·         Florais; reike
·         Educação financeira;
·         Motivação, liderança; oratória;
·         Estética;
·         Medicina;
·         Filosofia e linguagens, lógica;
·         Treinamentos;
·         Pedagógico, educação especial, psicopedagoga;
·         Acupuntura;
·         Artes: música, teatro, dança, pintura;
·         Segurança no trabalho;
·         Engenharia ambiental;
·         Identidade visual;
·         Melhor idade, entre outros.

                Através de olhares, treinamentos, indicativos, teremos melhor aproveitamento da existência, com menos sofrimentos e angústias, desenvolvendo chaves de acesso para escolhas conscientes e produtivas.

                Quando o ser humano se encontra em equilíbrio (o que é uma busca constante) suas escolhas direcionam suas ações, e é nisso que atuaremos, na melhoria da saúde de suas escolhas.

Nisso é que consiste o que juntos podemos oferecer com o “grupo do saber”.
Contacte um de nossos representantes e estude a proposta.

Simone Suelene Pereira – responsável pelo projeto.
Maiores informações: simone_suelene@hotmail.com

Normal, social e selvagem?


Por que será que as vezes nossa natureza fica selvagem?
Ou será que não seria esse, nosso estado natural?
O do bom selvagem. Como já diria Rousseau, no século 18?
Será que os costumes e hábitos que nos vem através das cobranças sociais, familiares, não  fazem com que nos transformemos em não selvagens, seres dóceis? ou bem humorados?
Qual a relação entre mal humor e selvageria?
Será que o conceito de ordem e progresso de Augusto Comte, base a qual vivemos o capitalismo não teria sido fundamentado num conceito de normalidade duvidoso?
Posto que o normal foi sendo "determinado" e através dessas determinações é que somos escravizados, pois não podemos ser nós mesmos, só podendo ser "normal"...
Somos somente reflexo de algo social e tudo isso se manifesta através da doença, da vida.
" um ser vivo é normal num determinado meio na medida que ele é solução morfológica e funcional encontrada pela vida para responder as exigências do meio" (Canguilhem, 1943)
e a irritação é o seu oposto, ou expoente...ou seja, ou estamos excitados ou irritados...dificilmente satisfeitos conosco mesmos.

Acerca da minoridade penal



Através das relações e suas revelações, da análise de nossas ações, da arqueologia familiar, do olhar genético e psíquico para a integralidade, podemos colaborar e enriquecer o entendimento acerca da manifestação dos fenômenos existentes entre os humanos, enquanto representação de si mesmos, de manipulação de sentidos, de construção de saberes planejados para estruturas de continuidade histórica em que a percepção de sentidos seja sempre subjacente a produção de elementos constitutivos e criativos de sujeitos que supostos saberes inquirirão acerca de situações corriqueiras em que nos demonstram a gravidade da forma mecânica, pragmática, continuista, em que estamos caminhando todos os dias desde o momento em que acordamos, como os de maior gravidade como a minoridade penal e a defesa dos direitos humanos.

Ao reproduzir e inserir a punição, a violência se revela através da vingança e do juízo conceitual, presente em cada humano, classificados e nomeados como particulares humanos, homens e como ora sujeito, ora pessoa, ou persona, de sua própria identidade, que normalmente lhe é desconhecida, facilitando desse modo, a manipulação de seus desejos e vontades, sequestrando o individuo de si, para se tornar pessoa no mundo, e o sujeito que poderia construir seu suposto saber, acerca de seus valores que podemos chamar de éticos e morais, poderá sem dúvida se tornar alvo facilmente atingível das grandes capacidades de dominar e de possuir que se encontra na grande mídia e de grande parte do que nos ocupamos com nossa energia na contemporaneidade, no fato de apresentar resultados de seu campo de saber de modo a contribuir com o “crescimento” de alguma particular empresa ou servir de alguma mudança política, em que para a existência particular e coletiva se tornem minimamente significativas.

A partir de elementos para se compreender os fenômenos decorrentes de dois mil anos que ainda nos espantam, como a tortura, a punição, a prisão, de forma descompensada, desnecessária e abusiva, incluindo principalmente dentro desse contexto a violência domestica, a chantagem e a coação, ao qual estamos nesse momento condenados.

Elementos tais que permitem que nossas crianças cresçam cercadas pelo medo e pela desconfiança, que acuadas defendem-se como em guerra com as armas que tem. Algumas as levam literalmente as escolas, outras estão escondidas em seu coração, outras ainda agridem e arrebentam as regras sociais, para demonstrar que algo não vai bem, que as coisas não estão funcionando bem, mas ao fazer, de nada mais lhe resta, senão ser “internada” em algum modelo de instituição que as “domem”, "dominem" tal qual fera e a restabeleça de volta a tal sociedade organizada e segura, das quais pagamos enormes tributos para ter uma falácia desgovernada que parece se preocupar sempre em acordos econômicos pro liberais e não a uma organização de fato a fomentar a cultura e a educação em países menos desenvolvidos.

Esses escritos se revelam em contestação aqueles que se utilizam do saber para se aproveitar da fraqueza do outro para se colocar em seu altar de poder, apontando as mascaras que se tornam obrigatórias em nossa sociedade, além de evidenciar e até promover o olhar e o debate aos menos favorecidos que não teriam como escrever, posto que ainda não aprenderam nem a falar, sem se matar.

Façamos de nossa voz, um uníssono em questão de existência nesse ponto material que se coloca nosso corpo, nossa voz, para que em algum momento e de alguma forma as tendencias vão se ruindo e se transformando em novas possibilidades de existir e de fazer. É procurando sentido que encontramos o sentido, é no exercício do fazer, que fazemos, a vontade e a coragem são artigos de luxo, a serem conquistados, principalmente diante do oferecimento do mercado.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Carta a Crizante

Querido Crizante, de cristal, que reluz.

Como gosto da clareza de tua escrita.

Como entendo sua suplica que também é a minha, como fazer para se fazer algo hoje?

Num momento em que a ilusão mercadológica tapa a boca e impede qualquer reclamação, o homem, sujeito do saber, que não sabe, não investiga que ele próprio permanece nesse sentido, enquanto não deixar de consumir em excesso e de não observar o que se é feito com o próprio dinheiro em impostos e etc.

O homem sujeito hoje trabalha tanto quanto os escravos no seculo 18 ou 19, somos tão cegos e coniventes aos que viveram o holocausto. vemos e enclausuramos o outro, acusamos e nos vingamos, cada vez mais atrocidades surgem nesse nosso cenário.

Sempre conversando com pais, adolescentes ou com os gatos, pergunto-me qual a direção? e chego sempre na direção do amor, da compreensão, do perdão. Mas, isso tudo, com muita atenção, para não parecer somente piegas, também tem isso hoje em dia, nem mesmo nós sabemos ao certo o que são tais conceitos,  normalmente enviezamos para uma linha cristã, católica e encontramos algum conceito dentro de nós que irá julgar e conceituar como qualquer coisa e o que importa é aniquilar esse pensar. O outro sempre está errado e ponto.

Após o advento da psicanálise ou de Nietzsche, Sartre, sabemos que o outro apenas é a revelação de nós mesmos, logo, se o outro me incomoda, sou eu mesmo que me incomodo comigo e não há relação no outro que possa vir a me incomodar, pois o outro é segundo Sartre meu inferno, como cada um cria o inferno que quer, vivemos o momento da indiferença, da ataraxia, da suspensão de juízos da epoché, e de cuidar de si, ainda que seja através de um olhar suspeito, meio que sem saber como olhar, mas, com o início de investigações sérias, sobre si mesmo.

Grande abraço, 

Sua fã, 

Simone Suelene
Filósofa taubateana, indicada para representar o Brasil, no Forum Mundial de Filosofia Socrática em Atenas.
Personal Philosopher e 
Diretora na Centro de Estudos Reflexivos
CNPJ: 14.446.969/0001-03
www.centrodeestudosreflexivos.blogspot.com.br

quarta-feira, 27 de março de 2013

Refletir e pensar a palavra dita ou o silencio da não dita, para que afinal?

Refletir e pensar a palavra dita ou o silencio da não dita, para que afinal?

O sentido que escolhemos gerar acerca de nossas ações é que demonstra o sentido que norteia nossos espíritos ou aquilo que cremos nos mover na direção de levantar todos os dias e caminhar no ritmo que caminhamos, enfrentando as intempéries da vida devido a uma questão biológica: a sobrevivência.

Por isso ainda são poucos que investigam o pensar e suas circunstancias, a reprodução distorcida dos fatos que nos são apresentados como reais e a evidencia da tragédia humana reproduzida em cenas de jornais e TVs, a própria internet ainda é um luxo. A linguagem escrita e falada então...

E ainda assim, temos incríveis movimentos literários, poéticos, expressivos na arte, na cultura. Ainda bem que cada humano é diferente, singular, reproduz aquilo que acredita. Claro, e evidente que estamos todos engendrados nas armadilhas do poder, posto que ainda que critiquemos, mesmo os mais samaritanos quereriam expor suas idéias sobre a melhor forma de direcionar a ação entre os humanos.

E nisso nasce a tirania. Nos silêncios das certezas e no fim do debate de idéias. Na renúncia por si mesmo em prol da técnica, e no esforço sobre a matéria, a concretude, o cimento.

Resultados são marcas que deixamos em nossos caminhos. São a evidencia da busca incensante pelo melhor caminho no jogo da vida. 

Expor a palavra dita e se aproximar de si é o caminhos que propomos no C.E.R, para que possamos cada vez mais elucidarmos as questões do cotidiano em prol de construções que edifiquem o ser na certeza de suas verdades.

www.simonesuelene.blogstpot.com.br

A palavra

A escrita da palavra dita ou pensada tem muita relação com o outro, talvez quase nem existiria sem a relação, mas não existiria sem o outro.

Nossas fontes de inquietações, nossos instantes são dedicados ao que fazemos de nós, seja em que contexto estivermos inseridos.

A prática de nossas ações, normalmente são reproduções de nossos medos inconscientes que não foram investigados, todos humanos os tem, são como o pecado original, ou a queda, ou a propria descoberta do Inconsciente formulado por Freud.

O resultado delas se dá durante a caminhada da vida, outros tem a sorte e a fortuna de abandoná-las logo no início outras no meio e mais outras no fim, algumas tem a alegria de escrever sobre ela, outros de nem pensarem sobre ela a risco de enlouquecer ou se matar.

Nos espelhamos nas vidas alheias, crendo ser o caminho do outro sempre melhor. Visualizamos o que acreditamos ser certo e verdadeiro e seguimos. A expressão talvez seja um dom ou ao mesmo tempo, uma ousadia.

Pois, na expressão está, sem dúvidas os caminhos e as ferramentas que precisamos conhecer para seguir adiante e comunicar aos amigos e desconhecidos o invisível diante de nós, para que por um instante que seja, sejamos convidados à reflexão...

CER - Centro de Estudos Reflexivos

IGUAL, NORMAL E DIFERENTE

Palavras servem para que saibamos o que queremos dizer, através de sentidos que damos as coisas no mundo. Daquilo que sabemos e de que somos capazes de falar e apreender ou se expressar de algum modo, então, surgem os artistas, os deficientes e estrangeiros, demonstrando outras linguagens e outros significados.

Ou seja, as palavras constituem o universo de nossa razão de crer. Quando expressamos nossa opinião, estamos demonstrando que conseguimos acessar uma forma de expressar, seja ela qual for. 
Quando integramos o campo de pensar, achamos que somos algo maior daquilo que se pensa. Quando amadurecemos no sentido de ampliar o olhar e conhecer novos "modos" de se fazer algo, algo muda dentro de nós e passamos a perceber melhor as palavras e seus significados.

Observar a palavra dita, nos leva a observar o silêncio da não dita, a expressão que arde no olhar e na sensação de sentir as ações do outro, sendo esse outro o espectador de nossa existência  porém, sempre aprendemos que devemos servir ao outro para nos satisfazermos. O uso e a utilidade das coisas no mundo, se propõe a expor o que se trata por igual, normal e diferente que são palavras usadas gerando conceitos entre humanos para determinar aquilo que se é e talvez no futuro tenhamos leis para se estabelecer esses conceitos com perigo de mutilações.

É tendencia do humano não se atrever aos sentidos das amplitudes, exigir de si mesmo a subserviência ao olhar do outro, nos conforta e não demanda alguma ação. Questionar e sentir o que de fato arde sobre nossas peles, evidenciá-lo através da expressão, sem dúvida é um caminho para a tranquilidade, como Freud argumenta acerca da cura pela palavra. 

Quanto mais o ser humano se pre ocupar em estabelecer a palavra dita, mas perto de si e de seus valores e questionamentos chegará, posto que o homem costuma se colocar como diria o filósofo, como medida de todas as coisas, somente por isso pode amar de maneira desmedida, como diria Santo Agostinho.

Feliz Ressurreição a todos, no sentido de reavivar, reavaliar a si mesmo.

terça-feira, 26 de março de 2013

Almoço com Carpinejar

Quem conhece, leu ou já assistiu FABRÍCIO CARPINEJAR?

Escritor, jornalista e professor universitário, autor de vinte e um livros, pai de dois filhos, um ouvinte declarado da chuva, amante do saber.

Estaremos organizando um almoço com palestra em JUNHO em TAUBATÉ para até 50 pessoas.

Reserve seu espaço, não perca essa OPORTUNIDADE.

simone_suelene@hotmail.com

Fone 12 36811180 12 97288488 vivo; 12 88032275 oi; 12 82324690 tim e 12 92117957
email/msn: simone_suelene@hotmail.com
skype: simone.suelene

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segunda-feira, 25 de março de 2013

Ciclo do Saber no Vale do Paraíba

Centro de Estudos Reflexivos

Captamos profissionais espetaculares preferencialmente ligado a área de humanas, Psi, Filosofia e afins, para workshops na região do Vale do Paraíba e Litoral Norte. 

Profissionais envolventes, que pesquisem e possuam linguagem de fácil acesso e desejam partilhar sobre títulos que desenrolam e provocam, que são inquietantes e inquisidores dentro de nosso cotidiano e das relações. Sem grandes burocracias e academicismos. Partilha, engajamento social remunerado.

Contate-nos! Venha ocupar seu espaço, no jogo da vida. 

Vamos disponibilizar o saber também fora das academias para o público que está nas ruas, nas escolas, nas empresas carente de informações que já nos são acessíveis através de pesquisas que se acumulam em filas pelas "Capes" e "Cnpqs" da vida.

Vamos nos permitir alçar voos e alcançar lonjuras. Vamos para o Vale do Paraíba!

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contato: simone_suelene@hotmail.com
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sexta-feira, 22 de março de 2013

Centro de estudos reflexivos: Título: Cidadã do Século XXI

Centro de estudos reflexivos: Título: Cidadã do Século XXI: Estou em campanha para receber com toda honra e glória o título de Cidadã do Século XXI , promovido pela UNESCO , juntamente com organizaçõ...

Título: Cidadã do Século XXI

Estou em campanha para receber com toda honra e glória o título de Cidadã do Século XXI, promovido pela UNESCO, juntamente com organizações filosóficas internacionais, indicada pelo nobre amigo nobel Fidel Gutierrez, que desenvolve maravilhoso trabalho através de sua escola EVAFIL e em ações no Perú e em várias regiões latinas, disseminando a fé no saber e na boa vontade de multiplicar o conhecimento e a paz.

Espera-se que um filósofo, bem como ao homem de bem, lute pela vida com sentido de humanidade, sem matar, nem agredir, nem ferir seus semelhantes, disseminando o saber adquirido.

Esse título está aberto aos profissionais que promovem o saber e os sentidos seja em comunidade, seja individual, seja na indicação. Outros profissionais que não filósofos também podem receber indicações, caso haja interesse na causa, entre em contato, tire suas dúvidas.

Sou uma das únicas brasileiras até o momento, vamos inserir o Brasil nessa causa.
Acessem o site: http://wpf.unesco-tlee.org/eng/socr-sch/socr-schmw.htm para maiores informações e se precisarem contem comigo e o apoio de uma rede que transforma e acolhe.


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segunda-feira, 18 de março de 2013

Filósofo Profissional - Para que?


O intuito de renovar, reinventar o mesmo termo, talvez cause estranheza.
Ousar para reinventar a humanidade, já dizia padre Juvenal Arduini.
ouso, com responsabilidade, respeito, acompanhado da ética kantiana, enquanto agostiniana, caminhando pelos caminhos do entendimento do humano, demasiado humano.
Conhecendo, pesquisando, escavando, experimentando na pele, filósofos, psicanalistas, físicos, doutores, enfim, bem como gente comum, que graças a bendita ignorância permitem que reproduzam, apenas reproduzam o que está...
mas, muito nos enganamos se não percebermos que o fato de estarmos não sucita algum incomodo...mesmo ao povo comum, pois não é possível ao homem, ou ao ser falante, como diria Lacan, atribuir o significado sem antes conhecê-lo, seja através do mundo das idéias, ou através do delírio do tal inconsciente coletivo, ou seja, não é possível viver sem sentir a dor e a miséria posta, evidente.
Não nossas, talvez não da queda de Adão e Eva no paraíso, mas talvez uma a priori, seculares, vividas e instauradas...Por isso, a cada tempo em que o homem consegue ir além em suas estruturas e linguagens, consegue absorver ainda mais o enfrentamento daquilo que se é de fato, desmascarando a si mesmo, causando naúseas e vertigens, apavoramento e dor. Falta e tédio. Desespero, suicídios, drogas, guerras, Violência.
A que existe a priori no universo, a mesma que nos faz viver. E a vida requer luta e não inércia. Muito menos certezas egoísticas e narcisicas em que impera absolutamente e somente o proprio pensar, posto que. na vida, muito já se provou que fidelidade, amor e benignidade estão atrelados a confiança, a fé e ao amor.
Que bom que entramos numa era franciscana.
Consulte um filósofo regularmente, faz bem a saúde.
Centro de Estudos Reflexivos

terça-feira, 12 de março de 2013

PERSONAL PHILOSOPHERS


Filósofa oferece serviços de aconselhamento pessoal e particular, sigiloso, discreto e viável.


Especializada em resolver questões relacionadas ao campo humano, seja no sentido religioso, financeiro, familiar, profissional, mental, sexual, em grupos, empresas ou particular.
Oferece caminhos para se resolverem questões relacionadas ao cotidiano, principalmente de cunho familiar, relacional e que tornam o cotidiano triste e insuportável, bem como dá dicas e sugestões relacionadas a tempo e dinheiro e suas implicações, escolhas, caminhos, sem desespero e dor.

Você que precisa de apoio rápido, da presença e do apoio constante de alguém que possa lhe dar amor e colo, com conselhos, que possa lhe compreender, entender, sem críticas, nem distinções em relação a sua opção sexual, cor, raça ou preferência, eque não deseja mais sofrer desnecessariamente.

Tenha atendimento EXCLUSIVO.  Rápido, seguro e rigorosamente sigiloso, quando e como e pelo tempo que quiser. Você escolhe o que quer!

Profª Simone Suelene tem mais de duas décadas em estudos, testemunhos e pesquisas sobre a violência humana e suas ferramentas, bem como para o conhecimento e a pratica de si. 
Mãezona, Já morreu e viveu meia dúzia de vezes, é com sangue que escreve sua história de quem não veio ao mundo a passeio. 
Atuou com desenvolvimento humano desde o berço, alegre, extrovertida, faz a vida parecer uma festa. 
Com sugestões úteis e simples e sérias seu dia a dia pode se tornar bem mais leve.
Tem disponibilidade para viajar, discursar, produzir textos, negociar, organizar, entre outras habilidades.

Acabe com a angústia do seu coração. Marque uma entrevista sem custos.

Fone 12 36811180 12 97288488 vivo; 12 88032275 oi; 12 82324690 tim e 12 92117957
email/msn: simone_suelene@hotmail.com
skype: simone.suelene
blog: simonesuelene.blogspot.com
facebook, twiter: simonesuelene

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quarta-feira, 6 de março de 2013

Carta à meu pai - Kafka

Foi difícil digerir Kafka, com aquela história de amanhecer barata, ou coisa parecida, aceitar e relatar o caos, me chamou a atenção, depois veio "O Processo", lia na viagem para o Mato Grosso, 3 dias de onibus, uma decepção....mas, fiquei curiosa com essa "Carta ao pai, do Frans"

Retirei fragmentos do início ao fim do livro, uma carta na verdade, 35 paginas, coisa profunda, intensa e realmente verdadeira, de quem ainda nem conhecia direito Freud, imaginem esse homem hj...

Creio que o que intriga é a clareza dos sentimentos bem entendidos e sem receios, mágoas ou amarguras, é simplesmente o relato do ocorrido, sem julgamentos ou valores e quando os há, são específicos, obra magnífica que indico especialmente aos psicanalistas que estudam as manifestações fenomenológicas da linguagem e expressão humana, num set, numa determinada hora e local, seguido de quase um ritual de desvelamento de sentidos e de juizos, quase um "transe" só para ouvir e oferecer leituras como a que Kafka nos ofereceu sobre si mesmo.

Poucos chegaram tão longe, ainda (para ele mesmo) que morreu cedo.

Seguem fragmentos, quem quiser, solicita a obra...bjs


...Eu teria precisado de um pouco de estímulo, de um pouco de amabilidade, de um pouco de abertura para o meu caminho, mas ao invés disso você o obstruiu, certamente com a boa intenção de que eu devia seguir outro. Mas para isso eu não tinha condições. Você me estimulava, por exemplo, quando eu batia continência e marchava direito, no entanto eu não era um futuro soldado; ou me estimulava quando eu comia vigorosamente e além disso conseguia beber cerveja; ou quando sabia repetir canções que não compreendia, ou arremedar suas expressões prediletas; nada disso, entretanto, fazia parte do meu futuro. E é significativo que até hoje você si me encoraje de fato naquilo que o afeta pessoalmente, quando se trata do seu amor-próprio, que eu firo (por exemplo, com o meu projeto de casamento)...

...Para mim, sempre foi incompreensível sua total falta de sensibilidade em relação à dor e à vergonha que podia me infligir com palavras e juízos: era como se você não tivesse a menor noção da sua força...


...Mas para mim, quando criança, tudo o que você bradava era logo mandamento do céu, eu jamais o esquecia, ficava sendo para mim o recurso mais importante para poder julgar o mundo, sobretudo para julgar você mesmo, e nisso o seu fracasso era completo. Como em criança eu ficava junto de você principalmente na hora das refeições, a sua lição principal era em grande parte uma lição sobre o comportamento correto à mesa. O que vinha à mesa precisava ser comido, não era permitido falar sobre
a qualidade da comida - mas você freqüentemente achava a comida intragável; chamava-a de "grude", a "besta" (a cozinheira) a tinha estragado. Como você por natureza tinha um apetite vigoroso e uma predileção especial por comer tudo rápido, quente e em grandes bocados, o filho tinha de se apressar, reinava à mesa um silêncio sombrio, interrompido por admoestações: "Primeiro coma, depois fale", ou "Mais depressa, mais depressa", ou "Veja: já terminei de comer faz muito tempo". Não era permitido partir os ossos com os dentes, mas você podia. Não era permitido sorver o vinagre, mas você podia. O principal era que se cortasse o pão direito, mas o fato de que você o fizesse com uma faca pingando molho era indiferente...

...Era preciso prestar atenção para que não caíssem restos de comida no chão, no final a maioria
deles ficava embaixo de você. À mesa não era permitido se ocupar de outra coisa a não ser da refeição, mas você polia e cortava as unhas, apontava lápis, limpava os ouvidos com o palito de dentes. Por favor, pai, me entenda bem, esses pormenores teriam sido em si mesmos totalmente insignificantes, eles só me oprimiam porque você, o homem tão imensamente decisivo, não atendia ele mesmo aos mandamentos que me impunha. Com isso o mundo se dividia para mim em três partes: uma onde eu, o escravo, vivia sob leis que tinham sido inventadas só para mim e às quais, além disso, não sabia por que, nunca podia corresponder plenamente; depois, um segundo mundo, infinitamente distante do meu, no qual você vivia, ocupado em governar, dar ordens e irritar-se com o seu não-cumprimento; e finalmente um terceiro mundo,
onde as outras pessoas viviam felizes e livres de ordens e de obediência...

...Eu vivia imerso na vergonha: ou seguia as suas leis, e isso era vergonha porque elas só valiam para mim; ou ficava teimoso, e isso também era vergonha, pois como me permitia ser teimoso diante de você?, ou então não podia obedecer porque, por exemplo, não tinha a sua força, o seu apetite, a sua destreza, embora você exigisse isso de mim como algo natural: esta era com certeza a vergonha maior. Desse modo se moviam não as reflexões, mas os sentimentos do menino....

Para o outro irmão que o intimida]
..."Faça o que quiser; por mim você está livre; você é maior de idade; não tenho conselhos para lhe dar" - e tudo naquela inflexão terrível e rouca da ira e da completa condenação, diante da qual eu hoje só tremo menos que na infância porque o sentimento de culpa exclusivo da criança foi em parte substituído pela compreensão do nosso comum
desamparo.

 "Sempre do contra em tudo" não foi realmente meu princípio de vida diante de você, como acredita e me recrimina por isso. Pelo contrário:
se eu tivesse obedecido menos, você na certa estaria muito mais satisfeito comigo. O fato é que as suas medidas educativas acertaram no alvo; não me esquivei a nenhuma
investida sua; assim como sou (naturalmente pondo de lado os fundamentos e a influência da vida), sou o resultado da sua educação e da minha docilidade. Que esse
resultado apesar disso lhe seja penoso, que você se recuse inconscientemente a reconhecê-lo como produto da sua educação, se deve justamente ao fato de que a sua
mão e o meu material eram tão estranhos um ao outro. Você dizia: "Nenhuma palavra de contestação!" e com isso queria silenciar em mim as forças contrárias que Ihe
eram tão desagradáveis, mas essa influência era muito forte para mim, eu era dócil demais, emudecia por completo, me escondia de você e só ousava me mexer quando
estava tão distante que o seu poder não me alcançava mais, pelo menos diretamente. Mas você estava ali, diante de mim, e tudo Ihe parecia ser novamente "do contra",

É fato também que você nunca me bateu de verdade. Mas os gritos, o enrubescimento do seu rosto, o gesto de tirar a cinta e deixá-la pronta no espaldar da cadeira
para mim eram quase piores.

A avareza é sem dúvida um dos sinais mais confiáveis de infelicidade profunda17

É muito fácil rebater isso em qualquer parte e aqui também. Sem dúvida não se tratava de algum ensinamento que você devesse ter dado aos seus filhos, mas sim de
uma vida exemplar; se o seu judaísmo tivesse sido mais forte, o seu exemplo também teria sido mais convincente; isso é óbvio e mais uma vez não constitui, de modo
algum, uma recriminação, apenas uma defesa contra as recriminações que você faz.22

É como se alguém tivesse de subir cinco degraus de escada
e uma segunda pessoa apenas um degrau, mas que, pelo menos para ela, é tão alto quanto aqueles cinco juntos; o primeiro vai vencer não só os cinco degraus, mas também
centenas e milhares de outros, terá levado uma vida ampla e muito fatigante, porém nenhum dos degraus que subiu terá sido para ele tão importante como, para o segundo,
aquele degrau único, primeiro, alto, impossível de escalar com as forças todas de que dispõe, e que ele não só não pode subir, como também passar por cima.
 27

Estou convencido de que casar, fundar uma família, acolher todos os filhos que vierem, mantê-los neste mundo inseguro e guiá-los um pouco, é o máximo que um homem
pode em geral conseguir. O fato de serem tantos os que o conseguem não é uma prova em contrário, pois em primeiro lugar efetivamente não são muitos os que conseguem,
e em segundo esses poucos não o "fazem", simplesmente "acontece" com eles; na verdade não é aquele máximo, mas é algo muito grande e muito honroso (principalmente
porque "fazer" e "acontecer" não se deixam distinguir nitidamente um do outro). E afinal também não se trata de modo algum desse máximo, e sim de alguma aproximação
remota, porém decente; sem dúvida não é necessário voar para o meio do sol, mas ir rastejando até um lugarzinho limpo sobre a terra, onde ele às vezes brilha e onde
é possível se aquecer um pouco.

É claro que na realidade as coisas não se encaixam tão bem como as provas contidas na minha carta, pois a vida é mais
que um jogo de paciência; mas com a correção que resulta dessa réplica - que não posso nem quero estender aos detalhes - alcançou a meu ver alguma coisa tão próxima
da verdade, que pode nos tranqüilizar um pouco e tornar a vida e a morte mais leves para ambos.

Franz