terça-feira, 23 de outubro de 2012

A banalidade da vida

Se não somos muito diferentes dos outros animais, como a vaca, não sei porque a vida também não pode ser banal, aliás, em épocas mais primitivas, a família saia de casa com 10 pessoas, voltava com 5 e tava tudo certo, fazia parte...

Fala-se sobre educação, cordialidade e respeito, como elementos ausentes na sociedade, mas estou aqui a pensar sobre isso, onde é que  aprendemos isso?

Somos criados para sermos perfeitos, não errar, com severas punições, sem a menor cordialidade posto que senão nos submetermos, não  trabalharmos, não comemos, ninguém tem "dó" nem "piedade" de ninguém, somos condenados ao núcleo familiar ou institucional, pior ainda se não conseguir superar e não trabalhar...

e respeito??? desde que nascemos tudo que não temos é respeito, somos animais, jogados, paridos, respeito? o que é isso? Vamos nos aprofundar: 

A palavra respeito vem do «lat[im] respectus,ūs, "ação de olhar para trás; consideração, respeito, atenção, conta; asilo, acolhida, refúgio"; f[orma] hist[órica] sXIV respeyto, sXV respeito, sXV rrespecto» (Dicionário Eletrônico Houaiss).
Respeito quer dizer, entre outras coisas, «ato ou efeito de respeitar(-se)»; «sentimento que leva alguém a tratar outrem ou alguma coisa com grande atenção, profunda deferência; consideração, reverência»; e «estima ou consideração que se demonstra por alguém ou algo» (idem).

ISSO TEM PREÇO HOJE em dia...

Apanha-se ao nascer para respirar, na escola, só os berros ecoam, em casa nem se fale, parece-me que é o último lugar desses elementos, não sei, parece até que vivemos em mundos paralelos, quando pensamos que se é possível essas relações...É PRECISO MUITO ESFORÇO E VONTADE PARA SE APLICAR ESSES ELEMENTOS....não é de graça....o mínimo de respeito que temos é apenas para garantir a sobrevivência...

Essa escrita não é de jeito nenhum crítica, só uma perspectiva, um olhar, muito particular, talvez...creio que a humanidade seria melhor mesmo com esses elementos, mas, confesso que no alto dos meus quase 40, aprendi a ter respeito, sendo respeitada, estou aprendendo e me esforçando para ser cordial, mas francamente, tenho vontade de me rasgar toda de desespero quando tenho que lidar com a telefônica e outros serviços aos montes por aí, que se pudesse, creio que seríamos capazes de atos violentos nesses espaços, bem como já existe no transito, pelo descaso com que somos tratados...cada qual pensa somente em suas questões...E se for o contrário disso está fadado ao fracasso.

então, fico a pensar, educação, cordialidade, respeito, numa existência em que esses elementos não constituem nossas experiências...

Qual o valor da vida? Existimos para que mesmo? 

Nesse momento capitalista é fácil responder. Para trabalhar e ponto. Senão trabalhar, não come e não mora, vai parar debaixo da ponte e em clínica para recuperação, cadeias, quantas pessoas não soubemos que tinham boas idéias debaixo do viaduto ou na cadeia?

Como encarar as questões mais óbvias sociais se os que matam e ferem, normalmente já foram feridos...

Se formos analisar biologicamente, somos só mais um dos milhões de seres vivos nesse planeta, porque raios teríamos que nos respeitar? Se isso não nos é ensinado???? como aprender isso debaixo de pauladas???? está aí, um bom desafio.

Acho importante salientar, que esse mundo aí, que gostaríamos,  deve estar bastante restrito hoje em dia.


Um comentário:

Ivan Neder disse...

Boa reflexão, ler essas palavras é relembrar bons momentos filosóficos que partilhamos quando nos encontramos.
Abraços e até breve!