terça-feira, 13 de julho de 2010

Nossa história de amor - III capítulo

Iniciamos o absurdo!
ou aquilo que pareceria um.
muitos questionarão ou deveriam questionar, o por quê de achar a idéia de viver com alguém mais jovem e inexperiente absurda.
mas, verão ao decorrer da história, as causas disso.

Então, vamos lá.

Ele ainda fazia faculdade, na verdade era o primeiro ano, e eu terminava, tipo Eduardo e Mônica..rs
Todos os anos na filosofia, esperava o meu "filósofo", sabia que seria um que me acompanharia por toda a vida...

Já tinha filhos e questões oriundas de escolhas anteriores, afinal já tinha vivido um bocado a mais que ele...

Ele vivia com a parte da pensão do pai morto. Logo que foi buscar suas coisas para cuidarmos um do outro, recebeu a surpreendente notícia de que não teria mais pensão.
não podia trabalhar externamente, pois os estudos além de intensos eram matutinos...

Sempre trabalhei, desde os 11 anos (naquele tempo, podia, risos).
Antes de atuar na educação, atuava no comércio e como atuava! aliás deixei o comércio e voltei para a filosofia por conta de um acidente.
Como agradeço...
Aqui caberia uma gigantesca reflexão sobre a questão das escolhas, dos caminhos...pois, sempre me programei para "voltar" para a educação, instancia que tinha vivenciado lá com meus 17 aninhos, quando foi a primeira graduação que fiz, mas não finalizando com a validação do curso de filosofia, lá do seminario diocesano..naquele tempo, lembro que utilizávamos máquinas de escrever, fazer trabalho? só com visitas a biblioteca...gente, só tenho 35 anos..risos

Voltando...

Bom que naquela época eu desenvolvia trabalhos de apoio metodológico externo junto ao meu querido Carlos Eduardo de Siqueira, digníssimo filósofo, talvez a pessoa mais inteligente que já conheci, e olha que conheci alguns...aliás, lá no meu orkut tem uma poesia escrita por ele, um presente. Tenho por esse bom homem um respeito real.
Então ele passou a auxilar também. Além de auxiliar com todas as outras atividades do cotidiano, nesse tempo as crianças eram de fato crianças e ele cuidava delas e de todo o resto enquanto eu lecionava.
Vivemos sem maiores transtornos durante alguns anos, até que a faculdade finalizou...e veio o fantasma: O TCC! (trabaho de conclusão de curso).

Sabe, existe uma diferença entre os TCCs de qualquer outra faculdade e os TCCs que são das faculdades de filosofia. Explico-lhes o por quê!
Veja bem:
Em qualquer outra instancia de graduação, graduamo-nos num campo específico de atuação, engenheiro, administrador, dentista, médico, etc...
e na filosofia?
tudo é muito complexo, abstrato e nada real, pelo contrário, quem estuda bem, sabe que a realidade nem existe tal qual nos é apresentada...
E dentro dessa perspectiva, qual o objetivo do TCC? seria o de desenvolver um tratado acerca daquilo que a filosofia nos trouxe...certo?
errado! por isso, tem regras...serve somente para demonstrar que somos alfabetizados para termos capacidade cognitiva de ler e entender de modo a refletir o que lemos e escolher o que faremos com a leitura de modo a compreender o juramento que fazemos ao nos formar:
Sem deuses gregos ou cristãos, lá vai:

"Como bacharel em filosofia, juro diante de todos os presentes: honrar os princípios éticos e intelectuais, zelando pelo cultivo da sabedoria e defesa da verdade, comprometendo-me com a justiça e a paz, promovendo o diálogo, o aprimoramento intelectual, o exercício das virtudes, a valorização da vida e a construção de uma sociedade mais humanizada".

Compremetidos com o juramento, saltamos.

E nos mudamos de mala e cuia, vendemos tudo o que era objeto adquirido que valia algo a ser trocado para as despesas da mudança e lá fomos nós ...

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