domingo, 11 de julho de 2010

O experimentar foucaultino II parte

Continuando a explicar o que comecei no texto anterior, pois vamos combinar que ficou muito confuso, aquelas coisas que fazemos e depois jogamos quase todo fora...
mas, pelo que entendi dos "Blogs" entre outras inúmeras utilidades, parece que ele foi pensado para promover a possibilidade de várias formas de trocas.
E nada há de mais louvável do que ver outro reles mortal percebendo sua insignificância diante das palavras e do entendimento, além da própria vida, do cosmos..........

Morremos e isso é um fato incontestável...a vida é êfemera!... ôh frasesinha doída....

A partir dessa contestação, vivemos para quê mesmo?
Sobreviver! dirão os biólogos....

tá bom, então porque alguns sobrevivem na ilha caras, voando de helicóptero e comendo caviar , outros estão passando fome ou lutando para não passar? ou ainda vivendo como escravos na sociedade de consumo?
Não que estejamos nesse momento dizendo que seja bom a ilha de caras ou ruim passar fome, de jeito nenhum, o objetivo aqui deverá ser uma epoché ou seja uma suspensão de sentidos, de conceitos, de definições...

Digamos que sobreviver sem ter que buscar o mínimo necessário para se alimentar fica mais fácil, penso eu, ou deveria ficar, pois poderíamos facilmente, privilegiar o pensar cotidiano, relatar os ocorridos, desenvolver senso crítico através de leituras, descortinar formas de manipulação cotidianas, etc....
E para quê mesmo faríamos isso se pudéssemos?
Para sobreviver de forma mais proveitosa...mas, porque argumentar que seria mais proveitoso não ser manipulado do que ser?

Para experimentar e saborear a vida...deleitar-se dela, e não sucumbir a escravidão, conforme os povos anteriores...se lêssemos saberíamos disso...

Viver como se pudesse viver a mesma vida, infinitas vezes, diria Nietzshe.

Estamos vivendo como se quiséssemos repetir a mesma vida, infinitas vezes???

Senão, melhor corrermos, pois ainda nos resta tempo para experimentar e vivenciar a realidade de forma satisfatória...

Como?

"Conhece-te a ti mesmo", diz o oráculo de Delphos a Sócrates.

Até mais queridos....
bjsssssssssss

Um comentário:

Profª Simone Suelene disse...

Peço licença para divulgar uma reflexão de meu querido amigo e poeta Luiz Antonio Cardoso:
ESCRITA



No princípio era o verbo...

sem consoantes

ou vogais.

Sem ser o que realmente é...

mas ele fez-se indagação...

o imaginar!

O agir...

perpetuação!

E fez do desconexo

o entendimento!

Do silêncio

a voz!

Da incerteza

a verdade!

Impregnou-se em cavernas...

deixou lendas...

mitos...

fantasias e realidades...

legou-nos aquilo que foi...!!



E eram marcas...

registros...

um embaralhado de riscos...

curvas...

retas...!

mas a evolução processou-os...

deu forma...

transformou-os!

E fez dos símbolos,

um alfa...

um beta...

das figuras

o vocábulo!

Da seqüência pré-histórica,

a prosa...

as frases...

os textos...

do registro da natureza,

o verso...

a estrofe...

a poesia!!!



Fez os idiomas...

as gramáticas...

a possibilidade de alcançar os arranha-céus do saber

sem muito ter...

de viajar através das palavras

para mundos distantes...

de criar mundos!



No princípio era o verbo...

hoje são as classes gramaticais!

Todo o universo na escrita...

a vida descrita,

e em sonhos,

reescrita!

LUIZ ANTONIO CARDOSO